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Fapesq articula uma linha de pesquisa nessa área
UFPB fará pesquisa sobre corais na Paraíba
Corais do Seixas. Fotos: Christinne Eloy
Márcia Dementshuk
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estrutura uma linha de pesquisa específica para ambientes recifais na Paraíba com o objetivo de fortalecer os estudos nessa área e integrá-los à redes de pesquisa nos estados nordestinos. A decisão reflete a prioridade para “um dos mais produtivos e biodiversificados ecossistemas do planeta”, como coloca a pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba, Cristiane Sassi.
“Sua elevada biodiversidade e produtividade é comparável à das florestas chuvosas tropicais”, complementa Sassi. O professor Ricardo Rosa, também da UFPB, afirma que no Brasil mais de um terço dos peixes marinhos vivem nos recifes de corais. Na Paraíba, estudos apontam a existência de cerca de 600 espécies de peixes recifais.
E essa riqueza passa por ameaças que vêm do aquecimento global, da poluição marinha, da pesca excessiva e do turismo destrutivo. Em março deste ano foi detectado um branqueamento massivo dos corais em toda a costa brasileira e em outras partes do mundo, o que pode levá-los à morte. Consequência do aumento da temperatura oceânica, entre outros fatores.
Os corais são objeto de pesquisa há décadas na Paraíba. Contudo, as pesquisas são desenvolvidas em projetos individuais por pesquisadores que carecem de recursos para melhores condições de trabalho.
Atento à essa temática, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa na Paraíba (Fapesq-PB), Roberto Germano, iniciou uma articulação institucional para fortalecer o esforço de pesquisa em corais no Estado da Paraíba. Em conversa com pesquisadores da área e com o coordenador do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da UFPB, Reinaldo de Lucena, chegou-se à conclusão da necessidade de se construir uma linha de pesquisa voltada para ambientes recifais.
Para o coordenador do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema/UFPB), Reinaldo de Lucena, é necessária a articulação dos professores para efetivar parcerias e trabalhar em rede: “Para fortalecer essa área dos ambientes recifais na Paraíba faremos, em julho, o credenciamento para a pós-graduação de novos professores com perfil específico nesses ambientes”. o Prodema tem três grandes áreas de concentração. Essa nova linha entrará na grande área “Relações Sociedade-Natureza e Sustentabilidade”, a qual engloba os ambientes recifais.
Reinaldo de Lucena informa ainda que o edital de seleção para o mestrado e doutorado do Prodema, que será aberto no segundo semestre, terá vagas específicas para discentes atuarem com projetos com foco em ambientes recifais. Deverão ser credenciados entre dois e três professores, o que abrirá até dez vagas para projetos de mestrado e doutorado nessa linha. Neste ano de 2020 serão finalizadas as etapas de estruturação institucional da linha de pesquisa e seleção de docentes e discentes e em 2021 os trabalhos de pesquisa terá início.
Esse projeto ganhará amplitude ao integrar-se em rede com pesquisas de outras instituições de ensino superior (IES) do Nordeste. O Prodema integra uma rede de pesquisa que reúne oito IES públicas nordestinas de quase todos os estados da região, para oferta de cursos em nível de mestrado e doutorado. Os programas membro desta rede compartilham parte da estrutura curricular, desenvolvendo atividades acadêmicas conjuntas. Dessa forma, é viável a construção de um projeto em rede convidando outros parceiros para conectar as pesquisas desenvolvidas e obter um resultado mais amplo. Roberto Germano, da Fapesq, afirmou que está articulando uma linha de apoio entre as Fundações de Amparo à Pesquisa dos Estados do Nordeste para formação de linhas de fomento de modo a incentivar de estudos na costa nordestina.