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UFPB desenvolve teste rápido para diagnóstico de covid-19
Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está desenvolvendo um teste sorológico que utiliza inteligência artificial para diagnóstico de covid-19. Resultados preliminares obtidos a partir de 100 amostras de soro sanguíneo apresentaram aproximadamente 90% de sensibilidade na detecção do coronavírus. O resultado do estudo, realizado por pesquisadores do Departamento de Química, da Escola Técnica de Saúde (ETS) e do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), deve ser publicado neste mês de abril.
O coordenador da pesquisa, o professor do Departamento de Química Sherlan Lemos, explicou que o teste, baseado na interação dos componentes do soro sanguíneo com sensores eletroquímicos, apresenta resultado – positivo/negativo – em 40 minutos. “Utilizamos um sensor eletroquímico muito simples e todo o trabalho de diagnóstico está relacionado à inteligência artificial, por meio de modelos matemáticos”, informou Lemos.
Além da rapidez no diagnóstico e da alta sensibilidade (que indica a precisão do teste) apresentada nos resultados preliminares, outra vantagem do teste rápido, segundo o pesquisador, é que ele é point of care, ou seja, pode ser realizado no ponto de atendimento ao paciente, sem requerer uma estrutura laboratorial complexa.
Ainda segundo Prof. Sherlan Lemos, as 100 amostras de sangue analisadas no Departamento de Química da Universidade – oriundas de hospitais públicos de João Pessoa e Campina Grande – já tinham sido submetidas ao teste molecular (RT-PCR) anteriormente, para validação da eficácia do teste rápido.
Outras 100 amostras serão analisadas para que se alcance um valor mais seguro quanto à eficiência do teste, informou o coordenador da pesquisa. Após a conclusão desta etapa, a tecnologia estará disponível para processo de transferência, caso haja empresas interessadas em comercializar o teste.
Com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) – valor da ordem de R$ 66 mil – o projeto, que teve início em julho do ano passado, envolve ainda o desenvolvimento de um segundo teste point of care. Além de apresentar o resultado positivo/negativo, o novo modelo permitirá quantificar o vírus, apontando em que fase da doença o paciente se encontra.
O projeto também tem a participação dos pesquisadores Lúcio Cançado Castellano, da Escola Técnica de Saúde (ETS) da UFPB, Fabyan Esberard, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), Wallace Fragoso, Ingrid Bezerra e Flávia Sales, professores do Departamento de Química da Universidade, além da colaboração de estudantes.
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Reportagem: Milena Dantas
Edição: Aline Lins
Fotos: Divulgação