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O Laboratório de Microbiologia e a fábrica de cachaça funcionarão graças ao apoio da SEECT e Fapesq.

UEPB inaugura laboratório para pesquisas voltadas a melhorar qualidade da cachaça paraibana

publicado: 12/06/2019 17h19, última modificação: 12/06/2019 17h35
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O Centro de Ciências Agrárias e Ambientais (CCAA) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus de Lagoa Seca, ganhou importantes equipamentos que vão contribuir para melhorar a qualidade na cachaça produzida na Paraíba e impulsionar a agroindústria na região. Trata-se do Laboratório de Microbiologia para Fermentação e a Fábrica de Cachaça, construídos dentro do Complexo Agroindustrial do Câmpus II. O Laboratório vai realizar pesquisas com leveduras para fermentação alcoólica, através da biotecnologia, visando isolar cepas específicas usadas na fabricação do produto nos engenhos de alambique do Estado.

A Paraíba é referência na produção de cachaças, mas ainda não dispõe de pesquisas referentes a fermentação do produto, o que será possível acontecer na Unidade de Processamento de Fermentação e Destilados da UEPB, possibilitando, no futuro, a criação de um selo que atestará a qualidade do produto. O laboratório é pioneiro no Estado e nasceu com a missão de se tornar referência nesse tipo de pesquisa no Nordeste.

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A solenidade de inauguração, realizada na manhã desta quarta-feira (12), contou com a presença do reitor Rangel Junior; do diretor do Centro, professor José Félix; do coordenador do Laboratório, professor Diogo Gonçalves; do diretor da Escola Agrícola Assis Chateaubriand (EAAC), professor Alde Cleber; do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) Roberto Germano; pró-reitores; além de professores, técnicos e estudantes do CCAA.

O reitor Rangel Junior disse que o laboratório consiste em uma das maiores conquistas do Câmpus II nos últimos anos e terá impactos positivos com resultados quase imediatos no processo de fortalecimento de toda uma cadeia produtiva, contribuindo, assim, para gerar empregos, abrir divisas, além de impulsionar a cultura nordestina e projetar a Paraíba em nível nacional. Ele enfatizou que o trabalho do laboratório terá repercussão direta e retorno garantido, com a realização de análises que futuramente possibilitarão a criação de um selo da cachaça paraibana, de forma diferenciada. “O que isso vai gerar de resultados outros é algo que não tem como calcular”, frisou.

Conforme explicou o diretor do Câmpus, professor José Félix, o laboratório, dará suporte às pesquisas realizadas com fermentação alcoólica para melhorar a qualidade da cachaça produzida na região. A ideia é fortalecer o setor de cachaça da Paraíba e impulsionar a economia na região. Professor Félix ressaltou que a UEPB sai na frente quando pensa em criar uma estrutura para avançar na qualidade da cachaça de alambique paraibana. Os produtores de cachaças do Estado, segundo ele, ainda trabalham de forma artesanal e isolados, necessitando de tecnologias e pesquisas no que diz respeito a fermentação do produto.

“Com esse laboratório, vamos poder realizar pesquisas importantes de algumas leveduras específicas que, porventura, possam ocorrer na região, sobretudo no Brejo, isolar e trabalhar com melhorias de leveduras através da biotecnologia”, disse. O laboratório vai operar em sintonia com o engenho de alambique do CCAA, que já produz licor, vinho e a cachaça Serra da Borborema. Professor Félix ressaltou que a ideia não é comercializar a cachaça, mas criar uma identidade com o produto.

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O coordenador do laboratório, professor Diogo Gonçalves Neder, ressaltou que a unidade do CCAA terá grande contribuição para o setor da cachaça na Paraíba, porque será o primeiro da região a realizar pesquisas com seleção de leveduras com fermentadoras. “Nosso foco é contribuir com esse setor produtivo tão importante para que, no futuro, tenhamos um selo de qualidade da cachaça paraibana e uma identificação geográfica que pode contribuir muito para a receita do Estado”, disse, acrescentando que o equipamento também servirá como importante experimento para os estudantes do Bacharelado em Agroecologia, do Curso Técnico em Agropecuária e do Mestrado em Ciências Agrárias.

O presidente da Fapesq, Roberto Germano, destacou a importância do Laboratório de Microbiologia para Fermentação e da Fábrica de Cachaça como equipamentos que vão ajudar a impulsionar o setor de cachaça na Paraíba. “Isso mostra claramente que a Instituição está voltada para as necessidades da sociedade e voltada para o setor produtivo”, destacou o presidente, que representou o secretário-executivo de Ciência e Tecnologia do Estado, Cláudio Furtado.

Representante dos produtores de cachaça, o empresário Aquiles Leal Freire disse que, apesar de a Paraíba produzir cachaça de qualidade, o Estado ainda é carente de tecnologias e pesquisas para aprimorar o setor. Com investimento na ordem de R$ 30 mil oriundos de recursos da UEPB usados na reforma do prédio e aquisição de equipamentos, o Laboratório de Microbiologia funcionará graças ao apoio da Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia (SECT) e da Fapesq.

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A unidade dispõe de todo o equipamento necessário para o isolamento das leveduras, como microscópio, lupas, estufas bacteriológicas, estufa de secagem, câmara de fluxo, câmara de crescimento, autoclave vertical usado para esterilizar o material, medidores de PH. Em breve, o laboratório receberá outros equipamentos modernos, graças a um convênio que está em análise pela Fapesq, que poderá resultar em um investimento de R$ 187 mil na unidade. Após a inauguração, o laboratório entrou em funcionamento e já está à disposição dos produtores de cachaça da região.

Fotos: Paizinha Lemos/Codecom UEPB

Com informações da Codecom/UEPB