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Conecta 2022
Startups buscam consolidação com programa Tecnova
Os programas Centelha e Tecnova ajudam a empresas startup a serem criadas a se firmarem no mercado. Através deles, com financiamento federal, através da Finep, e do Governo do Estado, com execução na Paraíba pela Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia (Seect) e pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), ideias inovadoras geradas na Paraíba podem ganhar a chance de florescer. O Centelha é dedicado às ideias ainda em busca de virar empresas, enquanto o Tecnova é um passo à frente, orientado a consolidar as empresas. Este começa o financiamento de sua segunda versão, com 18 empresas selecionadas, mas com um detalhe: seis delas vieram direto da primeira versão do Centelha.
Essas seis empresas fizeram apresentações de seus projetos no Conecta, evento realizado no Sebrae na quarta passada, destinado a conectar as empresas dos programas a possíveis investidores. São simbólicas de como o Centelha e o Tecnova podem ser um caminho para que ideias inovadoras ganhem o mundo através do caminho do empreendedorismo. Também é simbólica a variedade de suas áreas de atuação: fabricação de bebidas fermentadas, plataforma de serviços de som, uso do audiovisual em sala de aula, monitoramento da saúde na terceira idade, banheiros públicos autolaváveis, moda feita a partir de um bordado tradicional. Conheça um pouco mais dessas empresas.
Kombucha disputa mercado de bebidas
A kombucha é uma bebida fermentada, feita à base de chá verde e naturalmente gaseificada – mais saudável. “Ela se assemelha muito a uma cidra, um espumante, e ela é mundialmente conhecida por suas propriedade desintoxicantes e energizantes”, contou Nayara Barbosa, CEO e sócia-diretora de produção da empresa Bauá Kombucha (@bauakombucha), na apresentação. “Isso porque, na sua composição, encontramos diversas substâncias benéficas à saúde, que são naturalmente sintetizadas durante o processo de fermentação da bebida”.
A empresa atualmente trabalha com cinco sabores: limão e gengibre; caju; flor de hibisco e canela; cajá; e abacaxi com hortelã. Com eles, a empresa disputa um mercado como alternativa a sucos, refrigerantes e bebibas alcoolicas. A ciência está no DNA do empreendimento: Naiara é engenheira química, assim como sua sócia, Andressa Araújo, idealizadoras do projeto.
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Plataforma é portfólio para fornecedores de eventos
Sérgio Brandão trabalha há 17 anos no mercado da música, em várias funções. “Localizar fornecedores e ter canais rápidos de orçamentos, contratar esses fornecedores com segurança e qualidade é uma dor latente no mercado”, afirmou ele. A Moozk (@_moozk) é uma plataforma criada para fazer esse meio de campo entre quem presta o serviço e quem precisa dele – seja no mercado profissional da música, seja para eventos particulares ou corporativos.
“A gente usa a geolocalização e, com uma busca rápida na nossa base de cadastro, a gente oferece opções de negócios com soluções completas e pagamentos diversificados”, explicou. “E a gente ainda vai eliminar os calotes. Muita gente compara, dizendo que somos o iFood da música”.
Bordado labirinto ganha passarelas de moda
Morada (@moradamarca) é o nome do projeto que procura jogar holofotes na produção de bordado labirinto no agreste paraibano. Geralmente usada para a produção de elementos decorativos, como jogos americanos e passadeiras, a técnica agora está adentrando o universo da moda – e a intenção é que se torne uma marca paraibana que ultrapasse as divisas do estado. As designers Lu Azevedo e Suellen Albuquerque comandam o projeto, que trabalha com bordadeiras que usam essa técnica que permite, através do entrelaçamento dos fios, a criação de desenhos.
“Somos professoras, designers, e quisemos, através do projeto em si, colocar para o mercado e para o mundo tudo aquilo que a gente já ensinava aos nossos alunos. O Centelha foi o impulso para que isso acontecesse”, contou Suellen. “Utilizamos essa estrutura da moda, a tradição do artesanato, o contemporâneo, as pessoas e a natureza – todo esse elo é o que se coverte no que a gente chama de morada. E há esse desejo de colocar essas mulheres no protagonismo do produto de moda, também, que muitas vezes não tem acesso a um mercado que valorize esse produto”.
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Audiovisual ajuda professores a revitalizarem aulas
O Semente (@semente.educacaoaudiovisual) é um projeto que atua desde 2014 com o objetivo de apresentar formação para os educadores através do audiovisual, como uma maneira de inovar em suas aulas. "Mas a pandemia apresentou para os educadores uma necessidade de atualização, de transformação, considerando os desafios do setor de educação para apresentar aulas num contexto híbrido e remoto. Foi um momento difícil para professores e estudantes”, contou Ana Bárbara Ramos, coordenadora do projeto. “Em 2020 e 2021, através do Centelha, a gente conseguiu desenvolver uma plataforma EAD e um aplicativo que ofereceu para esse professores uma oportunidade de formação”.
“A nossa plataforma oferece aos educadores uma capacitação, uma oportunidade de atualização profissional”, conta ela. “Não só nesse sentido de uma urgência contextual, mas, principalmente, para auxiliar seus estudantes, possibilitando uma forma diferente de lidar com a tecnologia na educação, de uma forma humanizada e criativa”.
Inteligência artificial para monitorar saúde de idosos
O envelhecimento da população é o nicho onde se insere a Sênior Saúde Móvel (@seniorsaudemovel), uma empresa que nasceu de pesquisas sobre o tema na Universidade Federal da Paraíba. “Quando a gente começou a perceber que nossa pesquisa de bancada poderia se tornar um modelo de negócios voltado para o mercado e o Centelha foi o grande impulsionador nessa jornada”, afirma Eujéssika Rodrigues, fundadora da empresa, pesquisadora na área de envelhecimento humano e do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde (Nutes/ UFPB). “Foi quando a gente começou a entender como transformar aquilo que a gente fazia somente em pesquisa como algo voltando tanto para pesquisadores, mas também usuários e clientes da nossa solução”.
O produto é um sistema de monitoramento remoto, utilizando internet e inteligência artificial. “Nossos usuários utilizam dispositivos vestíveis onde, através de sensores embarcados, a gente consegue captar informações dos dados desses sensores e transformar esses dados em informações de saúde para o profissional”, explica. As informações podem ser a variabilidade da frequência cardíaca, padrão e velocidade da marcha, frequências urinárias noturnas e elas são destinadas tanto ao profissional responsável, como também ao cliente ou a algum familiar. A tecnologia já está sendo usada na ala geriátrica do Real Hospital Português, em Recife, e condomínios para idosos.
Banheiros autolaváveis nas praias
A Smart City constrói banheiros autolaváveis para serem instalados nas praias brasileiras. “A Smart Toilet é uma rede de banheiros pré-fabricados, compactos, autônomos, acessíveis a todos, ecológicos e geridos remotamente por uma central de monitoramento”, contou a arquiteta Valeska Santana, sócia da empresa. O serviço pretende ser mantido por publicidade na fachada, pelo pagamento dos usuários e por parcerias público-privadas.
Através do Centelha, foi possível desenvolver a parte de estrutura dos banheiros. Foi feita uma parceria com uma empresa de máquinas agrícolas para construir a versão beta do projeto. “Uma de nossas prerrogativas foi o uso mínimo de materiais – desperdício zero”, disse ela. “Agora, com o Tecnova vamos desenvolver toda a parte de automação avançada”.
Texto: Renato Félix