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Projeto fomentado por meio da Fapesq-PB obtém Carta Patente
Por Márcia Dementshuk
O projeto de pesquisa para o desenvolvimento de um ventilador pulmonar financiado pelo Governo da Paraíba por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba e desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba recebeu nesta semana o Depósito de Pedido de Patente de Invenção concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial. A patente garante ao titular os direitos de propriedade da invenção no Brasil previstos na legislação em vigor.
A distinção deste equipamento para outros que estão em construção no Brasil está nas características do produto. O ventilador pulmonar desenvolvido na Paraíba é microcontrolado, os pesquisadores priorizaram a conectividade do aparelho e a integração com um aplicativo dando a possibilidade de controle por dispositivo móvel. A conexão permite que dados de monitoramento de um ou mais pacientes sejam acessados à distância o que simplifica as rotinas de atendimento hospitalar junto a o paciente: vistorias aos pacientes, monitoramento de múltiplos pacientes de modo simultâneo e em tempo real e monitoramento de pacientes de fora de ambientes insalubres de internação.
O projeto intitulado “Ventilador Pulmonar Micro-controlado portátil, equipado com Sistema Multibiométrico, Monitor Touchscreen e Conectividade Wireless” foi selecionado por meio do Edital Covid-19 cujo recurso total foi da ordem de R$ 2 milhões provenientes do Governo da Paraíba e da Assembleia Legislativa da Paraíba.
Coordenado pelo professor Mário César Ugulino de Araújo, o projeto do ventilador pulmonar foi desenvolvido no Laboratório de Automação e Instrumentação em Química Analítica e Quimiometria (LAQA) em parceria com pesquisadores do Centro de Informática (CI) e ainda conta com suporte do Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB) para os testes. Ugulino foi nomeado recentemente Vice-Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da UFPB. A Carta Patente registra como inventores, além do coordenador do projeto, a equipe de pesquisa: Railson de Oliveira Ramos; Válber Elias de Almeida; Tiago Maritan Ugulino de Araújo; Marcos Henrique Alves da Silva.
“Esses estudantes, em nível de doutorado, aceitaram um grande desafio. Além de trabalhar em meio à pandemia, e também por causa dela, nos deparamos com faltas de peças no mercado internacional para montar o protótipo, tivemos que fazer algumas peças que não existiam e atender as especificações de biossegurança, exigências da Anvisa e do Inmetro”, explica Ugulino.
O professor fala que a burocracia para fazer pesquisa no Brasil é extensa e que o pesquisador muitas vezes não domina os trâmites burocráticos: “O auxílio da Fapesq, não só com o financiamento, mas o apoio em vários momentos da pesquisa foi determinante para alcançarmos esse resultado. Pesquisa é assim, precisa de suporte.”
O presidente da Fapesq, Roberto Germano, congratula os pesquisadores: “Estamos chegando no final da execução do Edital Covid-19 e o resultado começa a surgir em todos os 18 projetos aprovados. Isso mostra claramente que as linhas de pesquisa que foram propostas neste edital foram acertadas. Também foi positivo o apoio da Fundação à execução desses projetos, quando o primeiro resultado já é colocado como um depósito de pedido de patente. Parabenizamos a equipe pelo foco, competência e desenvolvimento de suas atividades por essa conquista. Até a obtenção da patente é uma longa caminhada e esperamos que este depósito fortaleça as ações voltadas para a regulamentação pela Anvisa e o Inmetro”.
A patente é um patamar no processo para a comercialização do produto. Raílson de Oliveira, integrante do projeto, salientou os esforços do professor Petrônio Filgueiras de Athayde Filho, ex-diretor-presidente da INOVA-UFPB, e da professora Nadja Oliveira, Diretora Executiva do PacTcPB: “Os conhecimentos deles nessa área deu celeridade ao processo. A PacTcPB tem sido de fundamental importância neste projeto, eles tem sediado as pesquisas aqui em CG, dando um excelente suporte em todas as atividades. ”
O protótipo passa por testes feitos pelos pesquisadores no Parque Tecnológico da Paraíba, instituição que, juntamente com a Secretaria Estadual da Educação e da Ciência e Tecnologia, auxilia ainda no processo de inserção do produto no mercado.