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Programa de Pesquisa Ecológica expõe 45 projetos sobre a bacia do Rio Paraíba

publicado: 02/12/2022 18h08, última modificação: 05/12/2022 18h12
I Workshop PELD Rio Paraíba Integrado – PELD RIPA /CNPq foi realizado na UEPB, em Campina Grande
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O PELD Rio Paraíba Integrado – PELD RIPA /CNPq realizou o I Workshop de Integração do PELD Rio Paraíba Integrado – PELD RIPA nos dias 28 e 29 de novembro, na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Campina Grande com a exposição de 45 projetos na forma de painéis, além de palestras e debates. O Workshop promoveu uma integração dos pesquisadores do programa, inclusive com novos membros. A gestão do PELD no CNPq estava representada por Márcia Britto. A coordenadora do PELD Comunicação – PELDCOM, Alessandra Brandão, apresentou fundamentos para uma comunicação pública da ciência. Também presentes a reitora da UEPB, professora Dra. Célia Regina Diniz, Patrícia Costa, Coordenadora de Programas e Projetos da Fapesq-PB, e representantes locais de órgãos de gestão de água e gestão ambiental.

O Rio Paraíba Integrado faz parte do Programa Ecológico de Longa Duração, o PELD/CNPq, que sustenta a realização de projetos ecológicos de longa duração em estados do Brasil, por meio do CNPq. No caso do projeto Rio Paraíba Integrado, o mesmo tem a chancela PELD/CNPq, mas é totalmente financiado pelo Governo do Estado da Paraíba, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, a Fapesq-PB.

Essa configuração de financiamento é fruto da parceria Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) com o CNPq possibilitando a ampliação da chancela PELD para um número maior de propostas de pesquisa no país. O Programa PELD confere projeção atribuindo maior visibilidade e fidedignidade ao projeto. Esse arranjo institucional viabiliza a execução de maior número de projetos PELD levando para a academia e para a sociedade as problemáticas ambientais do Brasil. São, no total 44 projetos em ecologia e um projeto voltado para a comunicação.

O coordenador do PELD RIPA, professor José Etham Barbosa, da Universidade Estadual da Paraíba, nos fala mais sobre o projeto:

“É um programa arrojado que não quer só dar conta de uma caracterização da biodiversidade da bacia do Rio Paraíba, como também os aspectos sócios ambientais. As condicionantes chaves primordiais que diferenciam o PELD RIPA de outros projetos de longa duração são, primeiro, a transposição de águas do Rio São Francisco. Com essa transposição vem o aspecto da segurança hídrica da região, como também os aspectos ambientais de introdução de espécies exóticas, mudanças comportamentais de organismos, e, certamente, os aspectos que se desdobram no desenvolvimento econômico e social da região. A outra condicionante é as mudanças climáticas: a variabilidade climática e os extremos climáticos que têm acontecido recorrentemente”, explica José Etham Barbosa.

O projeto, Rio Paraíba Integrado, que leva a sigla RIPA, olha para a bacia do Rio PB, o recurso hídrico mais importante do estado, com uma visão à longo prazo. Esse rio era intermitente e agora recebe as águas da transposição, tornando-o permanente. Advêm então perguntas “PELD” – que precisam ser estudadas sob a perspectiva de “longa duração”: Qual será o comportamento dos ecossistemas? Quais serão as alterações no meio ambiente?

Por isso é importante que os estudos estejam inseridos num Programa de Pesquisa de Longa Duração. O PELD RIPA abriga vários projetos que tratam especificamente de questões relativas à bacia do Rio Paraíba, desde a nascente, em Monteiro, até o estuário, na região de João Pessoa. Envolve cerca de 70 pesquisadores e mais de 120 alunos envolvidos, desde a graduação, por meio dos programas de bolsas para iniciação científica, mestrandos, doutorandos, professores visitantes.

As questões ambientais, econômicas e sociais dessa região foram debatidas no I Workshop de Integração do PELD Rio Paraíba Integrado – PELD RIPA. Foram analisados dados coletados nos últimos dois anos de atuação e foi feita a projeção do PELD RIPA para os próximos dois anos biênio 2023-2024.

 

Mais sobre o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração, o PELD

Criado em 1997, sob a coordenação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI).

Anterior ao PELD havia a expectativa de manter no Brasil pesquisas ecológicas com duração além do período de um doutorado ou pós-doutorado. As pesquisas eram realizadas, mas havia dificuldade em mantê-las porque os recursos terminavam quando o, ou a pesquisadora concluía a pós-graduação. E na área da ecologia a continuidade do registro de dados por décadas é definitiva para a comparação de resultados com as pesquisas atuais.

Com a criação do programa PELD, essa continuidade é assegurada a cada quatro anos por meio de Chamadas Públicas, financiadas pelo CNPq através do MCTI, pelas Fundações de Amparo à Pesquisa, a Capes e parcerias locais. Há projetos em andamento há mais de 25 anos.

Por meio da Chamada CNPq/MCTI/CONFAP-FAPs/PELD Nº 21/2020 estão sendo financiados 45 sítios de pesquisa nos biomas brasileiros no total, considerando os 40 originalmente aprovados com recursos federais (40) e os 5 financiados integralmente pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs); além disso nesse ciclo do PELD temos o do projeto de comunicação pública da ciência, o PELDCOM que se dedica a divulgação da ciência produzida nos sítios PELD e articula ações para que os mais variados públicos tenham acesso aos resultados e impactos das pesquisas realizadas pelos diversos sítios do Programa PELD. .

O PELD exerce ainda um papel expressivo na sociedade, gerando entendimento sobre os ecossistemas brasileiros e auxiliando o Brasil a atingir objetivos e metas relacionados à agenda de desenvolvimento global da ONU, a Agenda 2030, com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Texto: Márcia Dementshuk

Fotos: Aline Nery