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Programa Ciência na Escola formará pesquisadores na Educação Básica

publicado: 01/07/2019 08h47, última modificação: 01/07/2019 09h20
Ciência na Escola Ensino Médio Pesquisa
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- Foto: Delmer Rodrigues

 

Há uma grande diferença entre fazer ciência e consumir ciência. Fazer e consumir tecnologia. Professores universitários, pesquisadores e pessoas responsáveis por políticas públicas no Brasil concordam que o ato de fazer ciência deve estar mais presente no cotidiano das escolas de Ensino Fundamental e Médio. Uma forma de preencher essa lacuna é o Programa Ciência na Escola (PCE), uma novidade do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para incentivar a pesquisa entre os adolescentes. E o Governo da Paraíba, pela Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia (SEECT), junto com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e as unidades do Instituto de Ciência e Tecnologia Federal da Paraíba (IFPB), preparam uma proposta ampla que beneficiará estudantes e professores das Escolas Estaduais Cidadãs Integrais, dos IFs e da UFPB em João Pessoa, Campina Grande, Sousa e Cajazeiras.

“Percebemos que há algum tempo os jovens deixaram de se interessar pelas áreas das ciências exatas e da natureza e cabe a nós, os docentes universitários, os governos – que elaboram as políticas públicas –, resgatar o que havia dentro das escolas antigamente mas foi perdido ao longo do tempo. Incentivar no aluno a vontade de elaborar hipóteses, descobrir respostas e buscar soluções para os problemas que eles mesmos identificam”, declara o professor Rivete Silva de Lima, do Centro de Ciências Exatas e da Natureza, quem coordena a elaboração da proposta do PCE a ser enviada pela Paraíba, com a colaboração de outros pesquisadores, como Euler Macêdo, vice-diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis.

Inicialmente, foram lançadas quatro grandes ações do PCE a serem planejadas nos Estados neste ano para começarem nas escolas no ano que vem. A primeira ação é “Institucional”, irá integrar universidades e escolas e dar bolsas de pesquisa para alunos selecionados da oitava e nona séries e dos três anos do Enino Médio e para professores das escolas. A segunda ação se destina aos pesquisadores das universidades e dos IFs. A terceira, incentiva a Olimpíada Nacional de Ciências e a quarta ação é a formação de professores pelo Ensino à Distância (EAD).

Para a Diretora do MCTIC, Maria Zaíra Turchi, a ciência e a tecnologia, com a educação, são decisivas para o desenvolvimento de qualquer nação e do Brasil em particular: “O Brasil faz ciência de ponta, somos o 13º lugar no mundo em produção científica, é uma posição muito importante. Como essa força pode melhorar a educação básica? É isso que colocamos no programa. Esperamos que haja, cada vez mais, a compreensão do papel da ciência na educação básica e o estímulo aos alunos para seguirem a carreira nas áreas científicas e tecnológicas. E também, descobrir nossos talentos”.

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O método empregado no programa é a alfabetização científica baseada no conceito do “fazer – aquele que faz”, o que mundialmente é referido pela expressão “maker culture”. “Em outros países há experiências de êxito em programas com esse objetivo ‘mão na massa’. O programa traz nova ênfase para a importância do ensino das ciências. O aprendizado sólido em lógica e em linguagem abre caminho para o conhecimento posterior. Mas a ciência já se faz presente; a matemática é uma ciência. E o método por investigação leva crianças e jovens à descoberta e deve começar nos primeiros anos escolares”, defende Zaíra.

Segundo Rivete Silva de Lima, a proposta a ser enviada para a Chamada Institucional do PCE inclui 60 bolsas de iniciação científica Júnior para os estudantes, no valor de R$ 100,00 mensais durante 24 meses; o professor responsável pelo programa na escola receberá R$ 1.100,00. Participarão 17 escolas. Serão investidos em torno de R$ 4 milhões na Paraíba. Na UFPB, os cursos de Física, Engenharia, Informática, Matemática e Biologia já articularam suas propostas para participar desse projeto. “Uma coisa é construir tecnologia. Outra é usá-la. Nosso desafio é criar tecnologia. Mesmo se o aluno não seguir na área de pesquisa, ao menos ele aprenderá a empregar a tecnologia com eficiência”, esclarece professor Rivete.

Ascom SEECT/Fapesq