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Professor da Rede Estadual de Ensino da PB constrói fogão foguete para a prática do ensino de física
Um professor da Rede Estadual de Ensino da Paraíba construiu um fogão foguete como proposta de prática experimental para o ensino de Física em sala de aula. Esse trabalho é uma aplicação de uma das técnicas aprendidas pelo professor Rafael Leal da Silva, da Escola Cidadã Integral Senador Humberto Lucena, município de Cacimba de Dentro, quando esteve em intercâmbio pelo programa Gira Mundo Israel do Governo da Paraíba, por meio de bolsa da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) no ano de 2019.
A proposta apresenta resultados qualitativos assim como uma alternativa para o ensino de tópicos de termodinâmica utilizando como objeto didático o fogão foguete, que tem sido estudado em todo o mundo por ser menos poluente e mais eficiente energeticamente do que os fogões que utilizam biomassas disponíveis para regiões do mundo economicamente vulneráveis.
Na atividade proposta, além de facilitar o ensino de conceitos de Física, o fogão foguete possibilitou uma discussão sobre sustentabilidade no contexto da aula experimental. A prática experimental foi feita dentro da proposta do laboratório divergente, pois nesse tipo de ambiente, o aluno tem mais liberdade para ser o principal promotor de seu processo de aprendizagem, além de possibilitar uma participação interativa entre grupos.
De acordo com o professor Rafael, durante o experimento e após a realização, foi notória a empolgação dos alunos com o modo como estavam aprendendo a Física, por ir além da metodologia tradicional das aulas teóricas.
Os fogões foguetes podem ser produzidos com materiais de fácil acesso e baixo custo, tais como: latas de metal, barro, tijolos, madeira, etc. O experimento suscitou nos estudantes o caráter investigativo, levantando hipóteses sobre a lei da conservação da energia, transferência e propagação do calor.
Quanto ao papel do docente nos trabalhos experimentais, Rafael ressaltou o dever de ser um mediador, ofertando um roteiro de prática que seja simples e claro, isto é, retirando os passos demasiados complexos e por vezes desnecessários durante a montagem e execução do experimento. “O professor, ao propor trabalhos experimentais que envolvam mais de um conceito físico, como é o caso aqui, não deverá cair no erro de fornecer respostas fáceis aos questionamentos e dificuldades. Em seu roteiro e atuação, tem o cargo de promover as descobertas dos alunos, os quais, por intermédio da interação social e conhecimento prévio, encontrarão suas respostas”, destacou.
A escolha de um experimento com materiais de baixo custo, propostas sustentáveis e montagem pelos próprios alunos, se torna vantajosa para as escolas. A prática experimental do fogão foguete apresentou uma possibilidade multidisciplinar que vai além do simples ensino de tópicos de termodinâmica e comprovação experimental de assuntos vistos em aula teórica. Os alunos se sentiram conectados com um experimento que envolveu um problema comum do cotidiano para muito deles.
O projeto virou artigo publicado na Revista Multidisciplinary Scientific Journal Núcleo do Conhecimento (20/07/2020). Leia o artigo completo.