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Horizontes da Inovação Entrevista
Roberto Germano anuncia expectativa de aumento de 20% em investimentos para a Ciência, Tecnologia e Inovação em 2021
Por Márcia Dementshuk
O presidente da Fapesq - Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, Roberto Germano, anunciou em entrevista ao vivo para o programa Horizontes da Inovação na noite da última quinta-feira, 17/12, a projeção de um aumento de 20% nos investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação no ano de 2021. A Fapesq vai iniciar o ano com três editais prontos para serem lançados e com recursos garantidos. Trata-se do Centelha (Programa que visa estimular a criação de empreendimentos inovadores), o Tecnova (que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de produtos ou processos inovadores) e o PPP - Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores. Nesses três editais serão investidos recursos na ordem de R$ R$ 8,3 milhões, sendo R$ 2,4 milhões para o PPP, R$ 1,7 milhão para o Centelha e R$ 4,2 milhões para o Tecnova.
Uma das ações em destaque que terá um significativo aumento é o fornecimento de bolsas de pós-graduação. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) selecionou quatro projetos da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) propostos no Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) – Parcerias Estratégicas nos Estados. Serão investidos no total em torno de R$ 8 milhões, sendo R$ 6 milhões destinados a bolsas de pesquisa científica, oriundos do governo federal; e mais de R$ 1,8 milhão (contrapartida de 30%) para custeio, provenientes do Governo do Estado da Paraíba.
O objetivo do PDPG é desenvolver e fortalecer a pós-graduação e a pesquisa, tanto em programas emergentes - em funcionamento a partir de 2013 - quanto em consolidação - com nota 4 ou menor de forma consecutiva nas últimas avaliações. Serão contemplados 26 programas de pós-graduação nesses termos nas 4 instituições de ensino superior públicas: UFPB, UFCG, UEPB e IFPB.
Cada estado elege áreas estratégicas, consideradas prioritárias. Na Paraíba serão: Segurança Hídrica e Conservação Ambiental e a Diversificação Produtiva para Promoção do Desenvolvimento Social e Urbano. As áreas foram definidas por uma comissão de especialistas das instituições de ensino superior, pelo Governo da Paraíba, por meio da Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia da Paraíba, liderada pela Fapesq.
De acordo com o presidente da Fapesq, Roberto Germano, o PDPG tem duração de 4 anos e envolve 84 bolsas de mestrado, sendo 20 de doutorado e 12 de pós-doutorado.
Editais voltados para o empreendedorismo e inovação
Roberto Germano confirmou para 2021 a publicação de editais dos Programas Centelha Paraíba II e Tecnova Paraíba II. A expectativa é de que o Centelha 2021 tenha reforço nos recursos com o apoio da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. Será possível dobrar o número de projetos selecionados. Na edição anterior foram 28; em 2021 poderão ser mais de 50. O Centelha é voltado para transformar ideias em projetos. E o Tecnova é destinado ao apoio a empresas para a implementação de projetos de inovação. Germano ressalta que “empresas inovadoras não são apenas da área de TIC. Mas setores agropecuários, farmacêutico, construção civil, comércio e serviços, aplicam inovação em seus processos de produção”.
Apoio à certificação e credenciamento de laboratórios e à participação em eventos internacionais de alto impacto
A equipe técnica da Fapesq está fazendo um levantamento de demandas existentes na Paraíba em análises laboratoriais e uma prospecção dos serviços prestados pelos laboratórios dos Núcleos Multiusuários (são cinco no estado) para avaliar a potencialidade destes laboratórios em oferecer este tipo de serviço. Será necessária a obtenção de certificações e credenciamentos, o que será feito por intermédio da Fapesq.
A Fapesq irá publicar ainda um edital para apoio à participação de pesquisadores de renome da Paraíba em eventos internacionais para apresentação de trabalhos científicos. Essencial para a qualificação e estabelecimento dos programas de pós-graduação.
Núcleos da Embrapii e ecossistema de inovação
A Fapesq estuda e articula o lançamento de editais para a implantação de novos núcleos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, a Embrapii. Os dois núcleos da Embrapii existentes na Paraíba - um em Campina Grande, ligado à UFCG e outro em João Pessoa, ligado ao IFPB, são responsáveis por 25% de toda a receita que a Embrapii tem no Brasil.
Os núcleos operam de forma tripartite com a participação do governo, da iniciativa privada e da universidade. A Fapesq deverá entrar nessa composição arcando com um sexto dos investimentos para a formação de novos núcleos.
De acordo com Roberto Germano, o governador João Azevêdo recomenda o estabelecimento de uma estrutura que integrará o ecossistema de inovação na Paraíba, o qual será desenvolvido em conjunto com a Secretaria Executiva da Ciência e Tecnologia. O objetivo é fomentar o sistema de inovação, possibilitar a entrada de empresas âncoras e fortalecer ações de desenvolvimento social, econômico sustentável.