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Plataforma Aruandaplay é vitrine para audiovisual nordestino
Lançamento Aruanda Play foto @myimagem
A pandemia da covid-19 em 2020, que provocou a necessidade de isolamento social por quase dois anos, atingiu, entre tantos segmentos, os festivais de cinema. Assim, o Fest Aruanda, realizado anualmente em João Pessoa desde 2005, foi um dos que precisou encontrar soluções para não passar em branco. A resposta veio do streaming: a criação da plataforma Aruandaplay (https://www.aruandaplay.com.br), por onde os filmes foram exibidos naquela ocasião. Hoje, a plataforma ganhou vida própria, com o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), se tornando uma importante vitrine para a produção audiovisual da Paraíba e do Nordeste.
O projeto “Conexões Cinema e Educação – Audiovisual & Inovação Tecnológica no Ensino Superior através da plataforma Aruandaplay” teve um lançamento oficial dia 31 de janeiro, no Cine Banguê, em João Pessoa. A nova edição da plataforma vai premiar o filme de curta-metragem mais assistido até dia 31 de março com um Troféu Aruanda/Secties/Fapesq.
“O projeto Aruandaplay tem um grande potencial ao divulgar a produção audiovisual da Paraíba, do Nordeste, também de estudantes e de uma série de pessoas que estão à margem do roteiro mais comercial do audiovisual”, comenta o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Claudio Furtado. “É genuinamente paraibana e superinovadora não só para o Nordeste, mas para o Brasil: uma plataforma gratuita, voltada para a produção nacional”.
“Em 2020, no ápice do período pandêmico, os festivais de cinema, para garantir a sobrevivência, tiveram que lançar mão do streaming”, explica Lúcio Vilar, jornalista e cineasta, coordenador do Fest Aruanda e curador da Aruandaplay. “Foi o que se denominou logo depois de fenômeno da plataformização que, aliás, envolveu grandes corporações, universidades, escolas e a própria vida cotidiana, com as lives familiares, etc”.
A partir daí, Vilar projetou que a Aruandaplay poderia ser uma ferramenta para a educação e o audiovisual local, estadual, funcionando o ano inteiro e não apenas durante o festival. “Mas não tivemos ‘pernas’ para dar conta e realizamos mais uma edição, em 2021, recorrendo à plataforma, neste ano já em formato híbrido. Somente em 2022 e 2023 é que a Aruandaplay entrou em operação em tempo real, materializando a ideia que surgiu na pandemia”.
Para esse salto, o Governo da Paraíba foi um apoio importante. “O secretário Claudio Furtado, ainda na Secretaria de Estado da Educação, em 2022, foi quem primeiro acreditou e abraçou o projeto em sua primeira versão, que combinava janelas educativas e focadas na produção audiovisual curta-metragista paraibana”, lembra Vilar. “Em 2023, mais uma vez é o secretário Claudio Furtado, desta vez ocupando a pasta da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, que apoia o projeto que foi também aprovado pela Fapesq. Foram essas duas instâncias que apostaram e viabilizaram esse formato, sem precedentes no Nordeste, diga-se. O governador João Azevêdo anunciou a novidade no Fest Aruanda do ano passado e o secretário de Estado da Cultura, Pedro Santos, também sinalizou envolvimento”.
A Aruandaplay expandiu os horizontes para se converter em uma janela voltada para o audiovisual nordestino. “Nosso slogan mudou e agora é ‘Do Nordeste para o mundo’. E é nessa seara que vamos trafegar ao longo de 2024”, conta Lúcio Vilar. “No cardápio lançado dia 31 entraram 33 conteúdos de filmes premiados e exibidos no último Fest Aruanda. São curtas-metragens paraibanos, de estados nordestinos e de outras regiões do país. Em abril, devemos contar com longas-metragens nordestinos, já estamos em contato com diretores e produtores”. Veja a lista dos novos curtas no quadro nesta página.
Festival começou dedicado a produções universitárias
O festival nasceu em 2005, como Fest Aruanda do Audiovisual Universitário Brasileiro, dedicado, como o nome indica, à produção nascida nas universidades. “Mas, desde a primeira edição, já tivemos uma competição nacional de TV Universitária, preservada até hoje. A mudança foi em 2007, na terceira edição do evento, quando suprimimos a nomenclatura universitária como forma de evitar restringir o evento apenas a produções de estudantes”, recorda Vilar.
A partir daí o festival cresceu, exibindo também não só curtas, mas longas-metragens brasileiros ainda inéditos nos cinemas. “Abrimos o leque para a diversidade, enriquecemos as mostras competitivas e especiais, porém, sem abdicar da categoria TV Universitária e produções universitárias independentes que, no ano passado, teve um crescimento de mais de 40% de participação em inscrições”, diz o coordenador.
Os novos curtas do catálogo
A Aruandaplay, no contexto da ascensão dos streaming no mercado, é uma ação lógica. “Fazemos a curadoria e temos produtores do Fest Aruanda, bolsistas da UFPB e a Bolandeira Arte & Films, nossa produtora, que chancela a iniciativa desde 2020 quando a plataforma foi criada exclusivamente em função da garantia de realização do festival”, diz Lúcio Vilar.
O acesso aos filmes na plataforma é possível através de um cadastro gratuito e os filmes estão divididos em mostras exibidas no Fest Aruanda: Competitiva de Curtas Nacionais; Sob o Céu Nordestino, de curtas paraibanos; Caleidoscópio Universitário, com curtas da UFPB; Competitiva Internacional Aruanda/ Lusófona, com curtas da Universidade Lusófona de Portugal e da União Europeia.
Competitiva de Curtas Nacionais:
- “O Presente”, de Ursula Marini (RJ)
- “José Sette Cinema Infernal”, de Sávio Leite (MG)
- “O Destino da Senhora Adelaide”, de Breno Alvarenga e Luiza Garcia (MG)
- “Sereia”, de Estevan de la Fuente (PR)
- “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape (DF)
- “Emerenciana”, de Larissa Nepomuceno (PR)
- “Feira da Ladra”, de Diego Migliorini (SP)
- “Travessia”, de Gabriel Lima (RJ)
- “O Brilho Cega”, de Carlos Mosca (PB)
Sob o Céu Nordestino:
- “Para Onde Eu Vou?”, de Fabi Melo (PB)
- “Pantera dos Olhos Dormentes”, de Cristall Hannah e Ingsson Vasconcelos (PB)
- “Flora, a Mãe do Rei”, de Geóstenys de Melo Barbosa (PB)
- “Flor dos Canaviais”, de Lívio Brandão e Lucas Machado (PB)
- “Abrição de Portas”, de Jaime Guimarães (PB)
- “O Orgulho Não é Junino”, de Dimas Carvalho (PB)
Caleidoscópio Universitário:
- “Gasolina”, de Luiz Filho, André Firmino e Ricardo Felix (PB)
- “Ampulheta”, de Gil de Souto (PB)
- “Moeda da Sorte” de Filipe Augusto Oliveira (PB)
- “Sutil Encontro”, de Lorenzo Starling (PB)
- “Afro da Pele”, de Andrews Lucena e Will Rocha (PB)
- “De Olhos Bem Pretos”, de Darmin (PB)
- "Nheengatu", de Luiz Manoel Pereira Filho e Caio Bontempo (PB)
- “Arlinda – O Filme”, de Jonny Herbert (PB)
- “Queride, Bowie”, de Flora Valverde (PB)
- “Dim”, de Ana Carla Lima (PB)
- “Volte, Meu Bem”, de Amanda Pedrosa (PB)
- “Sete Dias” de Heleno Florentino (PB)
- “Respire”, de Will Rocha (PB)
Competitiva Internacional Aruanda-Lusófona:
- “Strawberry Shake”, de Lou-Andréa Fière (Portugal)
- “Rumo ao Nada”, de Pedro Blu (Portugal)
- “Punkada”, de Gonçalo Barata Ferreira (Portugal)
- “Fora de Mim”, de David Grenho e Márcio Valente (Portugal)
- “Todas as Ondas”, de Felix Cognard (Portugal)
Renato Félix (Assessoria Secties)