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Pesquisas descobrem riquezas nos rejeitos

publicado: 11/05/2021 17h51, última modificação: 11/05/2021 17h51
Com participação de bolsistas da CAPES, laboratório da UFG estuda resíduos que possam ser reaproveitados para gerar renda e reduzir impacto ambiental

Plástico usado se transforma em combustível e borra de café vira cosmético e fertilizante. Com o lema “raspas e restos nos interessam”, pesquisadores do Laboratório de Métodos de Extração e Separação do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG) estudam uma variedade de produtos que possam ser reaproveitados, gerando renda e reduzindo danos ao meio ambiente.

Com a participação de seis bolsistas da CAPES, as pesquisas abrangem as áreas alimentícia, ambiental, medicinal, de combustíveis e de fármacos. Também são desenvolvidas técnicas para diagnósticos de doenças. Tudo a partir do reaproveitamento de resíduos. “Aqui trabalhamos com o que é jogado fora e as pessoas e o mercado não aproveitam, mas que podem ter um retorno econômico muito grande à sociedade”, esclarece Nelson Antoniosi, professor do instituto e coordenador do laboratório, criado em 2013.

Na avaliação de Antoniosi, as pesquisas têm elevado potencial para gerar uma nova linha de empregos, com foco na sustentabilidade. Ele cita como exemplo a utilização da borra de café, que é descartada no meio ambiente e pode ser utilizada no composto de diversos produtos. “Conseguimos extrair óleo para a produção de biodiesel, cosméticos e fertilizantes. Retiramos uma fração que corresponde ao aroma do café para usá-la em balas ou bebidas aromatizadas”, conta. Outra finalidade é como filtro para purificação de água que chega, segundo o professor, a ser de três a seis vezes mais eficiente do que o carvão ativado comercial.

Plástico, tomate e tecido
Ao juntar sacola de supermercado, copo plástico descartável e isopor, Marithiza Vieira, que é bolsista da CAPES do doutorado e também recebeu o auxílio no mestrado, verificou a capacidade da transformação desses materiais em combustível de avião. No momento, o estudo testa o melhor catalisador para uso no processo de craqueamento, que fraciona moléculas de carbono. “O resultado é um produto de alto valor agregado, com capacidade de gerar novas oportunidades de emprego e renda”.

Na área alimentícia, outro trabalho do laboratório reaproveita as sobras dos tomates na indústria de extratos. As pesquisas identificaram a possibilidade de produzir, a partir das cascas e sementes, capsulas de licopeno para prevenção de câncer de próstata, farelos ricos em proteína e materiais para fabricação de móveis. O laboratório negocia parcerias com uma multinacional para desenvolver os produtos em larga escala.

Os pesquisadores descobriram ainda que ao reunir rejeitos de barragens de mineração ao tecido, que na indústria de confecção chega a ter um descarte de 23%, é possível produzir um tijolo que resiste a altos impactos. “Temos uma dinâmica de reaproveitamento de quase tudo”, comemora Antoniosi.

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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

(Brasília – Redação CCS/CAPES)