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Pesquisadores do Cemaden coletam dados para monitorar a safra do semiárido
Pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) estão coletando informações sobre os plantios de feijão e milho no semiárido para monitorar a safra e o impacto da seca na região. Entre novembro de 2017 e abril de 2018, foram visitadas 114 propriedades rurais distribuídas em 36 municípios do norte de Minas Gerais, sul da Bahia e do Rio Grande do Norte e oeste da Paraíba. Agora, os pesquisadores analisam os dados para avaliar se a agricultura de sequeiro vai resistir à oferta de água durante a estação chuvosa, que vai de maio a julho.
De acordo com a previsão climática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o volume de chuvas entre Sergipe e Rio Grande do Norte deve ficar abaixo da média histórica em 2018. Isso por causa do enfraquecimento do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento da superfície das águas do Oceano Pacífico. Quando esse episódio é de alta intensidade, chove mais na região Nordeste.
O monitoramento faz parte do projeto Seca-Wiki, coordenado pela pesquisadora Ana Paula Cunha. Segundo ela, dados agrícolas, como data e local do plantio, são coletados por um aplicativo de celular. Depois, os pesquisadores monitoram o ciclo das plantações por sensoriamento remoto.
“Quando o cultivo atinge certo limiar, podemos dizer se haverá quebra de safra ou não. Isso depende da quantidade de chuva durante o período crítico da plantação. Se não receber oferta de água suficiente, a safra pode sofrer colapso”, explica Ana Paula.
A diretora de Relações Institucionais do Cemaden, Regina Alvalá, alerta que chuva em excesso também prejudica as plantações. “Estamos trabalhando numa linha do tempo de cada município para avaliar o ciclo pós-plantio. Assim, conseguiremos analisar se há água suficiente para sustentar a plantação. Também não pode chover muito. Tem que ser a quantidade certa.”
O resultado da análise dos dados coletados pelo Cemaden no semiárido deve sair nas próximas semanas com a previsão da safra para 2018.
(MCTIC)