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Pesquisadores da Paraíba que recebem apoio da Fapesq se destacam em ranking internacional
A Paraíba é celeiro de grandes cientistas nas diversas áreas do conhecimento. Em recente publicação da editora Elsevier, 25 pesquisadores de instituições de ensino superior da Paraíba estão entre os 100 mil mais influentes do mundo. Essa classificação é elaborada anualmente pela Elsevier em parceria com a Universidade de Stanford (EUA). Desses 25 pesquisadores, 19 são da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), 4 da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e 2 da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A maioria recebe apoio financeiro por meio de editais e acordos de cooperação do Governo da Paraíba através da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq). Esse incentivo do Governo do Estado vem fortalecendo a base de pesquisas na Paraíba, especialmente nos últimos quatro anos.
A classificação publicada anualmente engloba dados separados em duas listas, uma referente às publicações durante toda a carreira dos pesquisadores (até o final de 2022) e outra com dados sobre as citações acadêmicas que os cientistas receberam no ano de 2022. Os pesquisadores são classificados em 22 campos científicos e 174 subcampos, considerando a classificação padrão Science-Metrix e com informações da base de dados Scopus.
Considerando as citações recebidas no ano de 2022, o docente Damião Pergentino de Sousa, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, figura na posição 75, enquanto Evandro Leite de Souza, do Departamento de Nutrição, aparece na posição 89 entre os pesquisadores brasileiros. No ranking mundial, eles ficam entre os 35 mil cientistas mais influentes, levando-se em conta o mesmo ano.
Já na lista da carreira dos pesquisadores, os dois docentes da Universidade Federal da Paraíba são citados entre os 100 mil cientistas de maior influência em nível mundial. Os dois fazem parte do programa de investimentos do edital Universal da Fapesq. “Recebi com muita alegria a notícia de estar no seletíssimo grupo dos 100 pesquisadores brasileiros mais influentes. É gratificante ver o resultado de muitos anos dedicados à pesquisa”, declarou Damião Pergentino. Na opinião do docente, este resultado ganha mais importância considerando que poucos pesquisadores das regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste são citados na seleta lista, onde predominam cientistas dos principais centros de pesquisa do País, tais como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (Unicamp).
Entre os pesquisadores paraibanos citados no ranking está Renate Maria Ramos Wellen (UFPB), que coordena a pesquisa (no Brasil) intitulada “BestBioPLA - Compósitos PLA totalmente baseados em bio com estabilidade a longo prazo” (“BestBioPLA - Fully Bio-based PLA Composites Featuring Long Term Stability”). Uma cooperação entre o Brasil e a Alemanha. A pesquisa em compósitos com essas características é inédita no mundo. Está em andamento desde 2019 nos laboratórios da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), da Federal da Paraíba (UFPB) e no Instituto Fraunhofer (IFAM), com sede em Bremen, na Alemanha, e que conta com apoio financeiro da Fapesq. Renate disse ter recebido com grande satisfação a notícia. “Resultado de muitos anos de trabalho dedicados a excelência em pesquisa, conseguido pelo trabalho da nossa equipe, dedicado a planejamentos e execução de protocolos, à fundamentação, escrita e apresentação de trabalhos nacional e internacionalmente.”
Reconhecemos, em especial, o apoio que a Fapesq tem nos dado, com recursos, para o desenvolvimento das nossas pesquisas, sem os quais, não teríamos atingido esse mérito. E aponta à Paraíba como Estado Brasileiro, na produção de trabalhos de excelente nível científico e tecnológico internacionais, enfatizou ela.
Outro paraibano no ranking é Dionisio Bazeia, (UFPB), pesquisador do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex) da Fapesq. Ele destacou que isso não é uma realização individual. “Agradecer primeiro a minha família, aos meus estudantes, aos meus colaboradores de várias instituições do Brasil e do mundo. Bazeia agradeceu aos órgãos de financiamento, CNPQ, Capes e à Fapesq, “que sempre apoiaram o trabalho que a gente vem desenvolvendo ao longo de várias décadas”.
O presidente da Fapesq, Rangel Junior, observou a importância da participação das Fundações de Amparo à Pesquisa nos Estados, que deram a sustentação aos pesquisadores através das ações e investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação. “A Fapesq continua investindo, o que vem fazendo nos últimos quatro anos, com programas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de laboratórios de pesquisa, fortalecimento de grupos de pesquisa, apoio às estruturas Embrapii que agora são três na Paraíba, entre outras iniciativas”.
Há de fato uma disposição do Governo do Estado de continuar investindo em Ciência, Tecnologia e Inovação, e sem dúvida os resultados virão a médio e longo prazo. Em 10 anos, 20 anos, a Paraíba concorrerá em pé de igualdade com as nações mais desenvolvidas do mundo, afirmou Rangel.
O nosso grande gargalo nacional é a falta de investimento. Um país que gasta quase 1% do seu PIB com ciência, tecnologia e inovação concorre com países que gastam mais de 3%, com uma economia tão pujante quanto a nossa, mas com investimento específico destacado em ciência. Sabemos que o Brasil é um grande celeiro de inteligências de pesquisadores com a competência gigantesca em todas as áreas do conhecimento”, concluiu.
Os resultados de cada lista estão publicados no site da editora.