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Pesquisadores buscam intervenções epidemiológicas na Caatinga para a prevenção, controle e transmissão da leptospirose animal a humanos

publicado: 30/10/2025 09h13, última modificação: 30/10/2025 21h56
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Pesquisadores do Núcleo de Excelência em avanços no diagnóstico, epidemiologia e controle da leptospirose animal no bioma Caatinga buscam através de pesquisas elucidar aspectos epidemiológicos importantes em animais de produção e silvestres, além de fortalecer as ações de prevenção e controle da doença no estado da Paraíba. Entre os objetivos da pesquisa estão o aprimoramento de medidas e intervenções para a prevenção e o controle da leptospirose em condições semiáridas, visando a minimização de impactos econômicos, ambientais e transmissão da infecção aos seres humanos. O apoio do Governo do Estado e Fapesq permitiu um incremento no Laboratório de Doenças Transmissíveis da Universidade Federal de Campina Grande (UFPB) que proporcionou maior disponibilidade de serviços de diagnóstico da infecção aos produtores do estado da Paraíba e estados circunvizinhos. Tais ações terão impacto positivo no desenvolvimento da Paraíba.

Foram investidos R$ 281 mil no Núcleo de Excelência em avanços no diagnóstico, epidemiologia e controle da leptospirose animal no bioma Caatinga, semiárido brasileiro.  Como parte das ações do Núcleo de Excelência o grupo formado por 38 pesquisadores avaliou o uso de técnicas sorológicas, bacteriológicas, imunohistoquímicas e moleculares no diagnóstico da infecção por Leptospira spp. em animais de produção e silvestres no bioma Caatinga; efetuaram o isolamento, identificação e caracterização molecular da doença; avaliaram o ponto de corte mais adequado na sorologia para leptospirose em animais de produção no bioma Caatinga; identificaram possíveis vias alternativas de transmissão da doença; avaliaram a influência de variáveis climatológicas na detecção de leptospiras em sítios urinário e extra urinário em animais de produção.

O grupo monitorou a cinética de  anticorpos  anti-Leptospira  spp. e a manutenção de carreadores renais e genitais durante 12 meses em ruminantes (ovinos e caprinos) e avaliaram a frequência de transmissão vertical (mãe-feto) em animais de produção. Como ponto fundamental dos estudos os pesquisadores puderam determinar indicadores epidemiológicos para leptospirose bovina e estimar as perdas econômicas da doença para o setor da pecuária bovina no estado da Paraíba.

De acordo com o coordenador do projeto, Prof. Dr. Sérgio Santos de Azevedo, até o momento os resultados alcançados foram: estabelecimento do diagnóstico de situação da leptospirose em animais de produção no bioma Caatinga, semiárido brasileiro; aprimoramento dos conhecimentos acerca da transmissão vertical de Leptospira spp. em animais de produção; aprimoramento dos conhecimentos acerca da interação hospedeiro-parasita e do papel do portador da doença; aprimoramento de medidas e intervenções para a prevenção e o controle da leptospirose em condições semiáridas, visando a minimização de impactos econômicos, ambientais e transmissão da infecção aos seres humanos, além de inovações no diagnóstico sorológico da infecção por Leptospira.

Segundo Prof. Sérgio, a leptospirose é uma doença que tem forte impacto econômico em animais de produção e é uma antropozoonose, ou seja, o agente etiológico pode ser transmitido aos seres humanos. As ações do Núcleo de Excelência em avanços no diagnóstico, epidemiologia e controle da leptospirose animal no bioma Caatinga terão impacto positivo no desenvolvimento da Paraíba pautado nos seguintes fatores: impacto econômico e social pela redução de perdas econômicas decorrentes da leptospirose e transmissão da bactéria para seres humanos; incrementação do Laboratório de Doenças Transmissíveis (LDT) da UFCG com vista à maior disponibilidade de serviços de diagnóstico da infecção aos produtores do estado da Paraíba e estados circunvizinhos; impacto científico institucional e regional por meio de publicações científicas em revistas científicas qualificadas. As pesquisas ainda estão em andamento.