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Pesquisadoras defendem atuação da mulher na ciência paraibana e reconhecimento com cargos de destaque
A Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) homenageia hoje (11), Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, todas as mulheres que de alguma maneira representam a ciência paraibana. O censo de 2016 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq apontou que 50,4% dos pesquisadores, entre doutores e mestres, são mulheres. Esse dado é um reflexo do aumento da participação feminina na Ciência.
É sabido que as mulheres orientam quase metade de pesquisas de iniciação científica e pós-graduação em universidades públicas no estado, conforme dados da UEPB, UFCG, UFPB e IFPB. As mulheres orientam cerca de 49,47% das pesquisas de iniciação científica e pós-graduação em universidades públicas no estado. Dos 2.381 projetos de pós-graduação e iniciação científica em andamento, 1.178 são orientados por professoras (Dados G1-2020).
Para quantificar a presença feminina na área, foi feito um levantamento com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e o Instituto Federal da Paraíba (IFPB). Conforme dados cedidos pela assessoria de comunicação da UEPB, a instituição possui 181 pesquisas de mestrado ou doutorado ativas. Delas, 93 são orientadas por mulheres e 88 por homens. A universidade tem também 385 projetos de iniciação científica ativos. Deles, 206 são orientados por professoras e 179 por professores. (Dados de 2020)
Já de acordo com dados da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Federal de Campina Grande, atualmente, há 232 pesquisadoras na UFCG atuantes nas diversas áreas (Tecnologia, Humanidades e Saúde) e dos 1.145 projetos de pesquisa ativos, 566 são orientados por mulheres e 579 por homens. Dos 816 projetos de IC&T, 403 são orientados por mulheres e 413 por homens. "Portanto, é com imensa satisfação que constatamos haver na UFCG praticamente a mesma participação de mulheres e homens na pesquisa". (Dados de fevereiro/2021.
A UFPB, de acordo com dados cedidos pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, pelo menos 194 pesquisas de mestrado ou doutorado estão ativos. Deles, 87 são orientados por mulheres e 107 por homens. A instituição possui também 962 projetos de iniciação científica ativos. Deles, 491 são orientados por professoras e 471 por professores. (Dados de 2020)
No IFPB o total de pesquisadoras em 2020 correspondia a 451 docentes e 725 discentes, o que representa 39% de pesquisadores docentes e quase 50% de discentes do Instituto. No campus João Pessoa são 89 pesquisadoras docentes e 134 discentes.
Mais do que números, as instituições apostam em ações para acolher o público feminino no ambiente acadêmico. Com destaque para três projetos desenvolvidos nas universidades que promovem impulso profissional e acadêmico para as mulheres.
Projeto da UEPB incentiva participação feminina na ciência
“Faça ciência como uma garota” é o lema de um projeto que tem o objetivo de incentivar a formação de mulheres para as carreiras de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil. Projeto incentiva participação feminina na ciência O "Meninas na Física e na Engenharia" é desenvolvido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) há menos de um ano e foi criado para integrar um edital lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), para incentivar a formação de mulheres para as carreiras de ciências exatas, engenharias e computação no Brasil.
As ações do projeto são lideradas pelo Centro de Ciências, Tecnologia e Saúde (CCTS) da UEPB, localizado no campus VIII da instituição, em Araruna, no Agreste do estado. Através da ação, cerca de 500 meninas de cinco escolas públicas da zona rural de Araruna, do Curimataú paraibano, participam de atividades científicas ofertadas por um grupo de professores de licenciatura em física.
Projeto da UFCG incentiva meninas a buscarem carreiras na área de exatas
A UFCG parte para a prática quando o assunto é incentivar o público feminino a alcançar novos espaços. As ações do projeto “As Mulheres na Engenharia e o Ensino Médio” têm a finalidade de despertar o interesse das meninas pela área de engenharia. Os membros do projeto participam de oficinas de experimentação tecnológica e visitas aos laboratórios da UFCG para apresentação do ambiente acadêmico e das pesquisas desenvolvidas no local. Participam das ações bolsistas e voluntárias dos cursos de engenharia de materiais, engenharia civil e engenharia de produção e alunas do ensino médio da rede pública de Campina Grande.
Grupo na UFPB discute papel das mulheres na educação
Na UFCG o papel da mulher na educação virou tema para debate no Departamento de Educação, do campus de Mamanguape, no Litoral Norte da Paraíba. Um grupo formado por integrantes de um projeto de extensão propõe discussões pautadas em autoras que enfatizam em seus trabalhos o combate às desigualdades no campo educacional. O projeto foi inspirado na obra “Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade”, da professora, filósofa e escritora norte-americana Bell Hooks.
De acordo com a coordenadora da ação, a professora Renata Monteiro Garcia, o projeto é uma formação para ampliar os espaços de diálogo sobre fazer educação com os valores dos direitos humanos. “Vamos discutir temas como pedagogia engajada, revolução de valores e a construção de uma comunidade pedagógica. São assuntos fundamentais para estimular uma educação voltada à integração e ao respeito de distintas vivências, alicerçando as bases dos direitos humanos”, enfatizou.
Mulheres de destaque na Ciência paraibana
É sabido o quanto a mulher pode ser importante para a ciência. “Através da educação e da pesquisa somos capazes de gerar inovação, impacto social e desenvolvimento econômico no país”, pontuou Nadja Oliveira, professora da Universidade Estadual da Paraíba e diretora da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba. Referência na área, ela defende a atuação feminina na ciência. “A pesquisa abre novas perspectivas, retira o véu da ignorância e mostra os horizontes da investigação científica, levando a solução de problemas práticos”, ressalta a Pró-Reitora de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Drª Silvana Luciene Costa.
Destaca-se no meio da pesquisa também o papel da pesquisadora e diretora do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) Mônica Tejo Cavalcanti, doutora em Engenharia de Processos pela Universidade Federal de Campina Grande. “Ser mulher em posição de liderança ou como pesquisadora é um desafio a décadas, porém a mulher possui uma sensibilidade de observação que permite avanços importantes. Vejam a Marie Curie, estudando sobre a radioatividade foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel, e ainda, por duas vezes! Espetacular! O que nos falta é só um olhar de igualdade diante do mundo”, ressaltou.
Entre tantas outras mulheres de destaque na ciência paraibana inclui-se os nomes da reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Drª. Célia Regina Diniz, sem deixar de citar o papel fundamental da professora Margareth Menezes, que ocupou o cargo de reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) por oito anos (duas gestões). E tantas outras pesquisadoras, entre bolsistas e professoras cientistas de instituições de ensino e pesquisa da Paraíba.
E, para quem não sabe, a maioria do quadro funcional da Fapesq é formado por mulheres, tendo como coordenadora de Programas e Projetos, a Drª Ruth Silveira. “As mulheres vêm ocupando um maior espaço na academia e nas pós-graduações, sendo maioria na concessão de bolsas, no entanto, enfrentamos preconceitos que insiste dá um lugar para mulher, que não é o de maior destaque. Apesar de todos os empecilhos a mulher tem exercido um papel fundamental na humanização da ciência”, concluiu Ruth
(Ascom Fapesq – com dados g1)