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Covid-19

Pesquisa da PB cria um ventilador pulmonar inovador

publicado: 07/08/2020 10h45, última modificação: 07/08/2020 11h43
Pesquisa foi aprovada em edital da Fapesq
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Um ventilador pulmonar de baixo custo e adequado ao tratamento dos pacientes de covid-19, é o que propõe a pesquisa de Eduardo Jorge Valadares Oliveira, professor do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde da Universidade Estadual da Paraíba (NUTES/UEPB) e professor Visitante da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD). A pesquisa foi apresentada numa live no canal da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) no YouTube, às 19h30, desta quinta-feira (6). A pesquisa foi aprovada no edital de Monitoramento, Análise e Recomendações para rápida implementação diante da Pandemia de COVID-19 no Estado da Paraíba, iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Educação, Ciência e Tecnologia e Fapesq.

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Como principal inovação deste projeto, tem-se o desenvolvimento de um ventilador pulmonar com uma especificação clínica minimamente adequada (e algumas opções preferidas)  para ser usado em hospitais para tratamento dos pacientes com insuficiência respiratória causada pelo Covid-19. Além disso, como um dos requisitos do projeto, tem-se a utilização de partes, peças e componentes que possuam grande disponibilidade no mercado ou que possam ser facilmente produzidos em larga escala. De modo importante, a inovação pretendida busca um produto cujo custo final permita que o SUS possa adquiri-lo a um preço inferior àqueles praticados antes da explosão da demanda e inflacionamento do mercado.

A primeira etapa do projeto foi desenvolvida pelo pesquisador Misael Morais (NUTES/UEPB). Nesta segunda etapa, Eduardo se debruça sobre a segurança e eficácia do produto. O objetivo da pesquisa é desenvolver um ventilador pulmonar adequado ao tratamento dos pacientes acometidos com a Covid e ter um equipamento que possa ser construído com itens disponíveis no mercado. “A grande crise que se está tendo hoje na produção e no fornecimento dos ventiladores está no fato de que a maioria dos componentes e peças dos ventiladores tem produção limitada e nem os fabricantes de ventilador estavam preparados para uma demanda tão grande”, salientou Eduardo.

“Só para se ter uma ideia, no início da pandemia no Brasil tínhamos TRES registros de ventilador pulmonar e a Anvisa conseguiu em grande esforço ampliar para 97 o número de ventiladores registrados no mercado. Só que não chegam ao serviço de saúde porque os fabricantes não conseguem as peças para dar continuidade a confecção”, explicou o pesquisador.

“É importante destacar que o ventilador é considerado um equipamento de alto risco. Pode causar danos sérios ao paciente”.  A pesquisa de Eduardo está agora construindo a segunda versão do protótipo funcional, que passa por teste de segurança e eficácia. “Tem que ser requisitos de segurança, com critérios de qualidade técnica. Já estamos trabalhando na melhoria dessa prova de conceito para ter um equipamento final seguro e de qualidade”.

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O presidente da Fapesq, Roberto Germano, destacou o apoio que o Governo do Estado tem dado as ações de combate ao Covid-19, e enalteceu os conhecimentos científicos e tecnológicos da base de pesquisas do Estado.

A previsão é que esse ventilador pulmonar esteja pronto para submeter o produto para a Anvisa em até cinco meses.

 

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Perfil do pesquisador

Eduardo possui graduação em engenharia elétrica pela Universidade de Alfenas (1998). É mestre e doutor em engenharia biomédica pela Universidade Estadual de Campinas. É Professor do Núcleo de Tecnologias Estratégicas em Saúde da Universidade Estadual da Paraíba (NUTES/UEPB) e Professor Visitante da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD). Exerceu o cargo de Coordenador de Infraestrutura Física e Tecnológica da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH/MEC).

Foi Diretor de Administração e Infraestrutura da EBSERH/MEC. Exerceu o cargo de Diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde (DECIIS), na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), do Ministério da Saúde. Foi especialista em Projetos de Cooperação Industrial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), desenvolvendo atividades e projetos de cooperação técnica com a Alemanha e Suécia.

Tem experiência na área de Regulação em Saúde, com ênfase em Vigilância Sanitária, atuando principalmente nos seguintes temas: Inovação e Transferência de Tecnologias, Engenharia Clínica, Engenharia Biomédica, Instrumentação Biomédica, ANVISA, BPF - Boas Práticas de Fabricação de Produtos Médicos, Regulação de Mercado, Estabelecimentos de Saúde (EAS), Equipamentos Médicos e Manutenção de Equipamentos Médicos.