Pesquisa da Paraíba sobre o Programa Mais Médicos é publicada em revista internacional

Pesquisadores avaliaram em estudo o impacto do Programa Mais Médicos em municípios da Paraíba. A pesquisa foi publicada recentemente na Human Resources for Health, periódico de saúde pública que publica pesquisas e estudos de casos originais sobre recursos humanos em saúde, sobre questões de informação, planejamento, produção, gestão e governança da força de trabalho em saúde e suas ligações com a prestação de cuidados e resultados de saúde, particularmente no que se refere à saúde global.

O Estudo de Avaliação do Impacto do Programa Mais Médicos é fruto da união entre pesquisadores da Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba e Imperial College London, no Reino Unido, que estudaram o Programa Mais Médicos (PMM), para avaliar se o provimento de médicos do Programa afetou os desfechos de saúde e as desigualdades na saúde e determinou se os impactos do programa de saúde em geral foram planejados e atendidos. A pesquisa está entre as oito selecionadas no Brasíl, na Medical Research Council, do Fundo Newton, Chamada Pública Confap-MRC: Health Systems Research Networks, em parceria com o Confap - Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa, com a interveniência da Fapesq.

Segundo o pesquisador Ricardo Soares, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), integrante da equipe, o estudo realizado no período de 2013 a 2018 avaliou que houve redução na mortalidade infantil nos municípios que apresentavam piores índices antes do início da introdução do Programa Mais Médicos nesses locais. “Isso é um resultado muito importante, porque atesta que não depende só de políticas públicas de saúde, mas de políticas sociais também”, afirmou. A pesquisa mostrou a importância da presença do Programa Mais Médicos nesses municípios. O programa encontrou também melhoria no atendimento a mulheres nas consultas pré-natais, em municípios com melhores índices de mortalidade.

O Programa Mais Médicos iniciou em 2013 com o objetivo de expandir o número de médicos em áreas de difícil acesso. Um componente importante nessa política foi um provimento de médicos para a Atenção Básica em áreas que comumente não conseguiam médico, incluindo o incentivo a médicos formados no Brasil, brasileiros formados no exterior, estrangeiros, e o acordo entre os governos de Brasil e Cuba, com a vinda de médicos cubanos.

Com a eleição do novo governo federal e o fim da cooperação com Cuba, o Ministério da Saúde lançou um novo programa de provimento: Médicos pelo Brasil. Entretanto este programa ainda não foi implantado, e o mais médicos segue funcionado embora sem a vinda de médicos cooperados. Com a pandemia do novo coronavírus, foram necessários novos editais para suprir o déficit de médicos na Paraíba e no Brasil, o que incluiu o retorno dos médicos cubanos que ficaram no Brasil.

Fotos: Araquém Alcântara