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Pesquisa Paraíba

Pesquisa cria teste rápido e de baixo custo que identifica o coronavírus em apenas 15 minutos

publicado: 31/07/2025 08h00, última modificação: 30/07/2025 14h07
O teste rápido amplia as possibilidades de diagnóstico em locais com infraestrutura limitada, como comunidades ribeirinhas ou regiões rurais
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Foto: Dhieggo Nascimento
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Uma pesquisa desenvolvida no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), com apoio integral do Governo do Estado, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), trouxe avanços importantes no diagnóstico de doenças virais. O projeto teve como foco a criação de um teste rápido e de baixo custo para detecção do coronavírus (SARS-CoV-2), utilizando uma técnica inovadora conhecida como RT-LAMP (amplificação isotérmica mediada por loop).

Coordenado pela profª Maria Angélica Ramos da Silva, do IFPB Campus Cabedelo, o trabalho reuniu uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do IFPB, do Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (LACEN-PB), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS). A metodologia proposta permite identificar o vírus em apenas 15 minutos, sem a necessidade de equipamentos sofisticados, o que amplia as possibilidades de diagnóstico em locais com infraestrutura limitada, como comunidades ribeirinhas ou regiões rurais.

Segundo a pesquisadora, a tecnologia se destacou por utilizar uma análise inédita de regiões conservadas do genoma do vírus para a construção dos primers, o que aumenta a precisão e a robustez do teste. A abordagem abre portas para o desenvolvimento de diagnósticos de outras doenças emergentes. Com a experiência adquirida, um novo projeto foi aprovado, utilizando a mesma plataforma molecular para detectar o vírus Oropouche em vetores, reforçando a vigilância epidemiológica ambiental na Paraíba (Edital PPSUS/2025).

Outra coisa inovadora é que como o coronavirus é um vírus de RNA (mais propensos a sofrer mutações genéticas), ele naturalmente sofre muitas mutações e aparecem variantes que podem comprometer a eficácias dos teste moleculares. As sondas podem não funcionar muito bem quando há mutação, explicou a pesquisadora. Em parceria com o professor Marcus Batista (UFS), foi feita uma análise inovadora de entropia do RNA para pegar as regiões mais conservadas do vírus. Conforme enfatizou progª Angélica, essa análise de entropia quase ninguém faz no mundo.

O projeto inicial, com valor total de R$ 138 mil, foi totalmente financiado pela Fapesq e fortalece a capacidade tecnológica e científica do estado, além de formar profissionais qualificados na área de biotecnologia. A coordenadora ressalta: “Nosso objetivo é aproximar a pesquisa da população, levando soluções que impactam diretamente a saúde pública e a prevenção de epidemias”.