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Pesquisa comprova ação de planta da caatinga contra doenças em humanos e animais
Um estudo recente publicado por pesquisadores do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) comprova a ação de substâncias encontradas no extrato da folha da Massaranduba (Manilkara rufula), espécie endêmica da Caatinga, contra os protozoários causadores da tricomoníase bovina e humana, Trichomonas foetus e Trichomonas vaginalis, respectivamente.
A massaranduba é uma árvore que pode ser encontrada em toda a Região Nordeste e foi nela que os cientistas descobriram uma alternativa para solucionar estes problemas. O trabalho investigou a atividade do extrato acetônico da folha da planta (produzido a partir do pó da folha mergulhado na acetona, um solvente orgânico) e, de sete frações produzidas a partir deste extrato. O material utilizado foi coletado no Parque Nacional do Catimbau, em Buíque (PE).
Foram realizados testes com amostras isoladas de T. foetus e T. vaginalis e o estudo comprovou que concentrações de 10mg/mL do extrato e as frações foram capazes de matar os protozoários. "É um dado importante para uma planta nativa da caatinga, porque pode agregar valor a ela, abrindo uma perspectiva para desenvolvimento de arranjos produtivos com a massaranduba, além de ser uma informação importante para conservação da espécie", explica o pesquisador do Insa, Alexandre Gomes.
A pesquisa também mostrou que na composição do extrato contém flavonoides e taninos, substâncias que apresentam ação antioxidante.
Doenças
A tricomoníase humana é uma doença sexualmente transmissível causada pelo Trichomonas vaginalis. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano, 276 milhões de pessoas são infectadas pelo parasita no mundo. A enfermidade nos humanos está associada ao aumento da transmissão do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), parto prematuro, bebês com baixo peso, infertilidade, doença inflamatória pélvica, e câncer do colo do útero e próstata. A medicação padrão para o tratamento em seres humanos é o metronidazol, no entanto, o aumento crescente de resistência às drogas é a principal causa de falha do tratamento.
A tricomoníase bovina, por sua vez, é uma doença sexualmente transmissível causada pelo T. foetus. A transmissão se dá exclusivamente por meio de cruzamentos das femêas com touros infectados assintomáticos. Podem ocorrer nos animais infectados perdas econômicas significativas devido à infertilidade, baixas taxas de gravidez e aborto em vacas. Erradicar a infecção gera custos elevados, uma vez que não há nenhum tratamento aprovado e dependem de medidas como o abate de touros contaminados.
Fonte: Insa