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Estudo contou com investimento do Governo do Estado por meio de Edital SEECT/Fapesq

Pesquisa aponta necessidade de políticas públicas para saúde bucal de adolescentes

publicado: 17/12/2019 14h44, última modificação: 17/12/2019 14h51
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Adolescentes com um baixo alfabetismo em saúde bucal apresentam mais lesões de cárie com cavitação (buraco no dente). É o que diz estudo feito por pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em jovens estudantes da rede pública e privada de Campina Grande. O projeto teve como objetivo avaliar a influência do alfabetismo em Saúde Bucal, fatores sociodemográficos e ambientais associados à cárie, à perda dentária precoce e ao acesso aos serviços em adolescentes matriculados na rede pública e privada de Campina Grande-PB.

Este foi o primeiro estudo com essa proposta para adolescentes, afirma a pesquisadora Ana Flávia Granville Garcia, coordenadora do projeto. Também foi observado que um alto alfabetismo em saúde bucal aumenta a procura pelo dentista, o que consequentemente impacta em melhores condições de saúde bucal e que o rendimento escolar dos alunos influencia seu nível de alfabetismo em saúde bucal.

“Os resultados divulgados serão fundamentais para o planejamento de políticas que considerem o alfabetismo em saúde bucal na prevenção de problemas odontológicos e hábitos inadequados”, observou Ana Flávia. A adolescência é uma fase dinâmica, repleta de transformações e medidas dessa natureza são essenciais para a consolidação de uma cultura de saúde que trará consequências positivas para toda sociedade, frisou ela. “Este projeto identificou a necessidade de políticas educacionais de saúde bucal mais efetivas, seja no ambiente do consultório odontológico ou mesmo nas escolas”, concluiu.

O projeto contou com financiamento do Governo do Estado, por meio de Edital da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ-PB), o que possibilitou o apoio à infraestrutura técnica da linha de pesquisa e facilitou a aquisição e processamento dos dados estatísticos.

 

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Estudo inova ao ouvir adolescentes

A pesquisa foi realizada com mais de 1.500 adolescentes, divididos em duas amostras (12 anos e 15-19 anos). “Foi a primeira vez que foi considerada a percepção dos adolescentes sobre o alfabetismo em saúde bucal. Essa abordagem é fundamental, pois a tomada de decisões em saúde é um processo contínuo e deve começar desde cedo para auxiliar no desenvolvimento de indivíduos mais saudáveis”, salientou Ana Flávia.

Para o enfrentamento desse problema é importante a participação efetiva do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, com políticas públicas e investimento em pesquisas como essa, que visam conhecer o problema e propor soluções viáveis, afirmou o presidente da Fapesq, Roberto Germano Costa. A parceria entre Educação Básica de Saúde Familiar, escola e família também se faz essencial, visando um trabalho conjunto de enfrentamento a um problema comum, enfatizou.

A coordenadora de Programas e Projetos da Fapesq, Ruth Silveira, destacou o importante papel do Estado em investir em estudos como esse, que objetivam propor benefícios à saúde da população. O alfabetismo em saúde bucal também é importante para que as pessoas tenham atitudes que possam prevenir a cárie, enfatizou a pesquisadora.

 

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Cárie Dental atinge cerca de 90% da população mundial

A cárie dental é uma doença infectocontagiosa que atinge aproximadamente 90% da população mundial. A doença passa por quatro fases, mas nem todas são visíveis aos olhos de leigos. Mesmo antes de aparecer aquele pontinho preto, o dente já pode estar sendo lesionado pelas bactérias.

A coloração escura pode ocorrer tanto no início da lesão quanto em casos mais sérios. Quando a cárie progride e atinge a dentina, o dano é maior e indica um processo mais severo que altera a tonalidade do dente como um todo. O mais preocupante é que a cárie progride na forma de um cone ou pirâmide, com a ponta voltada para a superfície externa do dente. Isso quer dizer que a destruição interna pode ser muito maior do que a aparenta externamente.

Inicialmente, a cárie provoca modificações teciduais que são detectadas apenas microscopicamente. Somente com o aparecimento de uma mancha branca estas lesões podem ser percebidas macroscopicamente pelo dentista, até que se chegue a fase da cavitação (buraco no dente).

As primeiras manifestações clínicas visíveis da cárie são caracterizadas pela perda da translucidez do esmalte e a presença de uma superfície esbranquiçada, rugosa e sem brilho. Essa mancha branca ocorre pela ação do biofilme oral (placa bacteriana) sobre a superfície dos dentes. Esse processo mostra que está ocorrendo a perda mineral do dente. Nesse início, em que não há cavidade, o tratamento é feito com aplicação de flúor e/ou de algum produto que estimule a remineralização da lesão.

A progressão da cárie pode ocorrer de uma forma aguda ou crônica, dependendo de uma série de fatores relacionados com o biofilme oral como, por exemplo, constituição da estrutura dental, qualidade da saliva e quantidade do fluxo salivar, tipo de dieta mais ou menos cariogênica, flora bacteriana e pela higiene oral realizada.