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Parque Tecnológico Horizontes da Inovação já tem startups em pré-incubação
O termo “incubação” costuma ser usado em áreas como saúde e ciência. Incubar ovos – ou seja: chocar. Ou o bebê prematuro que vai para uma incubadora para ser cuidado, se recuperar e ganhar força antes de ir para casa. Ou o ato de incubar bactérias em laboratório para pesquisas ou o tempo em que o vírus fica incubado no organismo antes dos sintomas aparecem – ou seja: o cultivo ou desenvolvimento dessas culturas. Incubação também significa, de maneira geral, preparação. E o mundo corporativo abraçou o termo para falar de novas empresas em desenvolvimento para competir no mercado. É com esse espírito que o Parque Tecnológico Horizontes de Inovação (PTHI) já começou seu programa de pré-incubação para empreendedores oriundos de editais da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (Seect) e apoiados pelo parque.
“No ambiente de um parque tecnológico você tem um conjunto de agendas estruturadas e planejadas para empresas inovadoras. E estamos falando de empresas em diferentes estágios”, explica Francilene Garcia, coordenadora do Parque Tecnológico. “Aquelas recebidas em estágio de ideação, precisa geralmente passar por um processo de incubação, onde recebe mentorias e apoios que são importantes para que deem um salto. Do ponto de vista do produto, que está em estágio inicial, e avança para a fase de protótipo. E do ponto de vista de gestão de negócios, com ênfase em captação de investimentos”.
O programa é de pré-incubação porque o PHTI ainda está em reforma e os encontros e workshops ainda estão sendo feitos de maneira virtual. “O que a gente está fazendo não é bem uma incubação. Está trabalhando com um programa de aceleração de oito, nove meses. Para levar o projeto a um estágio de incubação propriamente dito”, explica a coordenadora. “Para que, quando a gente tiver a sede física, essa incubação já receba os empreendimentos formalizados, com seu plano de negócio minimamente estruturado, com parcerias estratégicas, e mais próximos de uma captação de investimento”.
Neste primeiro ciclo, o programa conta com 14 equipes de empreendedores oriundos de editais como o Ouse Criar, Ideias Inovadoras e do Programa Celso Furtado – totalizando 56 participantes. O Ouse Criar e o Celso Furtado, com editais executados pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), selecionam seus participantes principalmente entre alunos da Rede Estadual de Ensino. “A gente está dando a jovens egressos do Ensino Médio a perspectiva de serem empreendedores, dando melhores condições para que esses jovens possam de fato ter as condições a favor deles”, diz Francilene Garcia.
Ela ressalta ainda que muitos desses projetos foram criados em desafios envolvendo problemas do estado. “A gente vai encontrar questões ligadas ao semiárido, à cadeia do turismo, a gameficação em algumas áreas... E que trarão certamente algum impacto”, avalia.
Workshops ajudam a preparar empresas
O programa de pré-incubação do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação teve sua reunião de abertura no dia 12 de agosto e mais três workshops foram realizados, com os temas "Desenvolvendo o perfil empreendedor", “Canvas do modelo de negócio” e “Design thinking e suas ferramentas”, sempre através de videoconferências. Esses encontros continuarão sendo realizados até que a sede do parque, no antigo Colégio Nossa Senhora das Neves, esteja pronta para receber fisicamente as empresas, já em um estágio mais preparado.
“Na incubação você trabalha com estágios de maturidade do produto acima do que está hoje”, explica. “Uma parceria na área de prototipação, de mercado propriamente dito. Na incubação, eles já vão ter uma visão do quanto precisam investir para o produto chegar ao mercado... Agora, estamos em uma fase de qualificação desses potenciais empreendimentos”.
O Parque Tecnológico Horizontes de Inovação tem previsão de estar apto a receber essas empresas no primeiro semestre de 2023. Nesse período, com as orientações do programa de pré-incubação, elas já deverão estar formalizadas no mercado e prontas para dar um novo e ambicioso passo.
Projetos buscam soluções para problemas locais
Entre os projetos pré-incubados, o Rota 83 visa fomentar a atividade turística no Centro Histórico em João Pessoa e com isso alavancar oportunidades para pequenos comerciantes locais. Uma equipe de oito pessoas, sendo dois professores mentores e seis alunos, da escola Tempo Não Para – HUB Educação, desenvolve uma plataforma para conectar condutores de turismo com os turistas. Será um site, com aplicativo para celular, além de atrativos para crianças, como games interativos, e conteúdos sobre os pontos turísticos.
“Esperamos que a operação tenha impacto na localidade de João Pessoa, de forma a revitalizar a região do Centro, proporcionando aumento do fluxo de pessoas, resgatando a economia da região”, ressalta o mentor do projeto, professor Tomaz Diego.
Contudo, o professor chama a atenção para o objetivo maior, que é “colocar em prática uma metodologia ativa, uma forma de ensinar, aprender , mais adaptada com a realidade, o futuro e com o que a gente acredita. Fazer com que essa juventude possa sair do Ensino Médio com oportunidades dentro do mercado de trabalho e financeiro.”
“Esperamos que o Parque Tecnológico Horizontes de Inovação cumpra a função de agregar empresas, startups, um ecossistema de diferentes ideias e que isso possa criar um ambiente corporativo favorável ao desenvolvimento de vários negócios. E sonhamos que esses negócios possam ser realizados por estudantes que estejam saindo da educação básica”, frisa Tomaz Diego.
Outro projeto em pré-incubação é oriundo do sertão paraibano: "Reaproveitamento das águas pluviais e cinzas no semiárido paraibano". A equipe é formada por estudantes da Escola Cidadã Integral Professor Crispim Coelho, da cidade de Cajazeiras. Nasceu por meio do programa Ouse Criar, voltado para incentivar o jovem empreendedor, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia da Paraíba.
Segundo o professor mentor da equipe, Renato Ramalho, o projeto foi desenvolvido com o intuito de transformar o espaço escolar em um local de inovação de pequenas ideias e de pluralismo cultural, enfatizando que a sustentabilidade não é feita somente de forma individual ou de pequenos grupos segregados.
“A ideia é construir um sistema hídrico sustentável, utilizando bambus como tubulação, cera de abelha arapuá para vedação da tubulação, caixas de geladeiras velhas para reservatório de água que será captada da chuva e das águas sujas dentro da instituição, construímos também uma bomba de hidrogênio, que é a fonte de energia limpa, para destinar a água aos reservatórios e suas destinações.”
“O impacto social do projeto resultou no desenvolvimento de uma cultura de cuidado ambiental na escola, na comunidade e serviu de piloto para a sua ampliação na rede estadual de ensino. É um trabalho pensado e executado pelos próprios estudantes no intuito de amenizar o problema da escassez d'água no semiárido Paraibano”, salienta o professor Renato Ramalho.
A equipe espera que o período de pré-incubação no Parque Tecnológico Horizontes de Inovação conduza essa ideia para a formação de uma startup que ofereça um produto e um curso de qualificação aos clientes.
Renato Félix e Márcia Dementshuk (Assessoria SEC&T)