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Paraíba terá uma plataforma de soluções para o desenvolvimento econômico e social

publicado: 02/10/2019 12h05, última modificação: 02/10/2019 15h58
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Paulo Cavalcanto Fº (UFPB) e Marília Araújo (SETDE), falam do Plades em entrevista na Rádio Tabajara

 

Uma “Paraíba de Oportunidades” está sendo desenhada na Web e vai representar um salto para o desenvolvimento econômico e social sustentável do Estado. Será uma plataforma digital que reúne informações acerca de toda a inteligência territorial, a partir dos Arranjos Produtivos Locais certificados pelo governo do Estado. O trabalho envolve mais de 70 especialistas, técnicos, gestores dos setores que compõem a tríplice hélice: governo, setor produtivo e universidade.

Em andamento desde meados do ano passado, “Paraíba de Oportunidades” entra agora na fase de arquitetura e ampliação de sua arquitetura, viabilizada financeiramente com recursos do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT), via Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq). Outras instituições, bem como outras secretarias participam do processo de construção do projeto. É uma ação encabeçada pela  SETDE, pela SEECT, com apoio de parceiros. A versão inicial está prevista para ser entregue à sociedade em maio do próximo ano.

O projeto tem a coordenação do Núcleo Estadual de Apoio aos APLs da Paraíba (NEAPL-PB) ao qual são somados integrantes das Instituições de Ensino Superior: Instituto Federal da Paraíba, Universidades Federal da Paraíba e de Campina Grande e a Universidade Estadual da Paraíba. Representantes de sete Secretarias de Estado: Planejamento; Educação, Ciência e Tecnologia; Turismo e Desenvolvimento Econômico; Agricultura e Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido; Desenvolvimento Humano; e Infraestrutura - os representantes de cada secretaria será o responsável pela atualização da informação na plataforma. E a representação do sistema produtivo paraibano: Federação do Comércio, Federação da Indústria, Sebrae, entre outros.

A articulação entre essas instituições consumiu cerca de um ano e foi cuidadosamente costurada, considerando-se a responsabilidade de cada ator no processo. “Não é um projeto de um professor, nem uma proposta de uma consultoria. É uma acordo institucional”, frisa Paulo Fernando Cavalcanti Filho, Coordenador Geral do Plano de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável para os Arranjos Produtivos Locais da Paraíba (Plades).

De acordo com Marília Araújo, Gerente Executiva de Desenvolvimento da Indústria da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, só foi possível chegar a esse resultado “porque estamos com o foco no processo. Nós estamos gerando um conhecimento na Paraíba e criando uma solução para potencializar o fator econômico, gerar produção e desenvolvimento social. Tudo o que for criado daí para frente, estará sedimentado pelo que já se aprendeu. É a via oposta à contratação de um serviço para adquirir apenas o produto de uma consultoria, o que iria nos trazer limitações e não teríamos o salto qualitativo desejado”, aponta Marília Araújo.

Informações são essenciais para tomada de decisão

O Paraíba de Oportunidades é uma plataforma que dará um panorama do Arranjo Produtivo Local. Na Paraíba, são 22 arranjos certificados, em torno de atividades da indústria, da agricultura, do artesanato, da pesca, mineral, turismo, portuário, entre outras.

A partir da disponibilização das informações será possível planejar políticas públicas; potenciais investidores terão à mão todas as informações pertinentes ao seu setor, oferecendo vantagens para investimentos. Um conjunto de informações que vai apontar quais são as oportunidades na Paraíba em cada uma das atividades – seja econômica, acadêmica, ou de gestão pública.

Um exemplo da funcionalidade dessa plataforma é dado através do uso da ferramenta de Mapas Dinâmicos da Paraíba. Reúne dados de vários órgãos e instituições: políticas públicas estaduais e nacionais; ciência e tecnologia com informações de pesquisas acadêmicas, projetos tecnológicos, publicações, patentes; instituições do ecossistema de inovação; informações do setor produtivo, baseados nas APL, onde estão localizados, com a sua governança.

O empreendedor que produz calçados em Patos, faz parte do Arranjo Produtivo Local de Calçados e Afins. Para saber quais as oportunidades existentes para o crescimento de seu negócio em Patos, ele seleciona o município. Daí, estarão relacionados todos os Arranjos. Seleciona-se “Calçados e Afins”. E quais políticas públicas existem direcionadas para essa atividade em Patos? Aparece a relação. Há alguma pesquisa acadêmica, ou existe algum curso, ou algum professor especialista que possa dar uma palestra nessa área?

A ferramenta busca em todos os bancos de dados, com a possibilidade de cruzar essas informações, e territorializa. Pode ser que uma pesquisa de tratamento do couro para calçado esteja sendo feita na universidade em Campina Grande. E que a Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep) – sediada em João Pessoa – possua alguma oportunidade para a expansão do negócio.

Na outra direção, o investidor externo, que pode nunca ter estado na Paraíba, quer descobrir a Paraíba. Ele é do ramo de alimentos e está interessado na produção de mandioca; ele quer conhecer pesquisas sobre fécula; saber qual é a produção do Estado, qual é a política de apoio para a agricultura. O mapa vai mostrar onde estão essas solicitações; qual a instituição responsável; a qual APL está integrada; qual o contato da governança da determinada APL. A plataforma indicará quem é o gestor da política, ou do projeto acadêmico, o telefone, e o contato é direto.

Conhecimento é compartilhado

“Nós não aceitamos o fato de que os produtores de um arranjo produtivo não tenham conhecimento de que na universidade há uma pesquisa que pode melhorar a sua produtividade; não aceitamos que eles não tenham o conhecimento de que no Governo Federal ou Estadual há uma política pública que pode apoiá-lo. Que em outro arranjo produtivo ele encontra capacidade tecnológica de fazer algo que melhore o desempenho da sua produção”, considera Paulo Fernando Cavalcanti Filho.

“Pesquisamos 17 núcleos estaduais de APLs, no Brasil para entender quais as políticas e estratégias desenvolvidas, ver o que deu certo, o que está faltando agregar; esse trabalho beneficia pequenos, médios e grandes empreendimentos; gestores públicos; acadêmicos; investidores; pessoas que trabalham pelo desenvolvimento do estado.”

 APL Certificadas na Paraíba – (Fonte: Plades)

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Texto: Ascom - SEECT-PB/Fapesq-PB