Notícias

Paraíba busca turbinar participação em olimpíadas do conhecimento

publicado: 08/11/2021 14h49, última modificação: 08/11/2021 14h52
Governo do Estado apoia projetos de olimpíadas desde 2019, frutos de edital Fapesq
Estudantes paraibanos na Olimpiada Brasileira de Robotica em 2019.jpeg

Estudantes paraibanos na Olimpíada Brasileira de Robótica (2019)

Olimpíadas é um conceito que nasceu vinculado a feitos físicos. Os jogos originados na Grécia antiga se mantiveram nessa ótica com as competições modernas, que todos acompanhamos a cada quatro anos. Mas o nome também é usado para competições intelectuais, que reúnem estudantes do Brasil inteiro para enfrentar desafios em diversas áreas. Agora, a Paraíba tem uma Comissão de Olimpíadas Científicas, instituída para turbinar a participação de escolas, professores e estudantes da Rede Estadual de Educação nessas competições.

A comissão foi instituída por Cláudio Furtado, secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia e está vinculada à Secretaria Executiva de Gestão Pedagógica e à Secretaria Executiva de Ciência e Tecnologia, que atuam conjuntamente compondo a equipe de Coordenação Geral das Olimpíadas do Conhecimento (também conhecidas como Olimpíadas Científicas).

“São competições intelectuais entre estudantes, normalmente de ensino fundamental ou médio, ou ainda de cursos universitários de graduação, que consistem na realização de provas ou trabalhos”, explica Fagner Ribeiro, que integra a Coordenação Geral das Olimpíadas do Conhecimento, junto com Valdete Rosália da Silva, Clara Pereira, Ângela Barros, Katia Cibele da Silva e Raissa Oliveira. “As competições tem a perspectiva de diversificar o currículo e proporcionar o engajamento dos estudantes, bem como o despertar para a identificação em determinada área do conhecimento, principalmente por desenvolver mecanismos necessários para a realização do projeto de vida deles”

Esse grupo acompanha o cronograma das competições nacionais, possibilitando maior participação das escolas, professores e estudantes da Rede Estadual de Educação; compreender e replicar os regulamentos de cada competição; definir ações específicas para promover a participação das escolas; elaborar instrumentos de acompanhamento para cada competição; intermediar a interlocução entre as escolas e o órgão ou instituição responsável pela competição.

Um universo em expansão, já é possível listar quase 20 competições principais desse gênero. Existem as olimpíadas brasileiras de Matemática (cuja segunda fase aconteceu ontem), Química, Astronomia, Física, Informática, Saúde e Meio Ambiente, Biologia, Robótica, Química Junior, Geografia - Viagem do Conhecimento, História do Brasil, Linguística, Agropecuária, Ciências, Economia e Cartografia.

Além dessas, há a Competição Brasileira de Robótica, o Torneio Brasileiro de Jovens Físicos, o Desafio Nacional Acadêmico, a Olimpíada Internacional Júnior de Ciências Brasil, o Torneio Juvenil de Robótica. A Paraíba está de olho em todos eles, e identificando os estudantes que demonstram talento e interesse em todas essas áreas.

Além da coordenação, o Governo do Estado também apoia as olimpíadas por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FapesqPB) desde 2019. Naquele ano, receberam recursos por meio de edital o projeto de Apoio às Olimpíadas do Conhecimento, coordenado por Edson Lopes Guimarães, e o projeto Olimpíadas de Matemática, coordenado por Joselito Elias de Araújo, com recursos de R$ 20 mil cada.

 

14 mil na Olimpíada de Física

Este ano a Paraíba já participou das olimpíadas de Português, Ciências, Física, Matemática, Cartografia, Robótica e do Torneio de Educação Financeira. “O maior destaque foi a participação dos estudantes na Olimpíada de Física para escolas públicas, na qual fomos o quarto estado com maior número de participação, com 14.358 alunos”, conta Ribeiro. Por outro lado, há competições em que a participação da Paraíba pode e deve melhorar. “Precisamos melhorar a participação da rede na de Cartografia onde tivemos 51 alunos participando”.

O sucesso na Olimpíada Brasileira de Física na Escola Pública anima a coordenação. Pela primeira vez, a segunda fase da prova ocupou trinta e três sedes espalhadas pelo estado. Escolas da Rede Estadual que tiveram estudantes selecionados se tornaram potenciais sedes de aplicação das provas, evitando a necessidade de deslocamento do aluno para outras cidades, o que diminuiu o número de faltas.

“Cada olimpíada tem seu calendário anual, geralmente com inscrições começando no primeiro semestre do ano e as competições no segundo semestre. Todas elas já encerraram as inscrições em 2021, alguns já encerraram as atividades e outras estão nas ultimas fases para concluir, como é o caso da Olimpíada de Física das Escolas Públicas, cuja segunda fase das provas ocorrerá dia 4 de dezembro”, diz Fagner Ribeiro.

Algumas competições estão em pleno andamento, como o Torneio de Educação Financeira. Esta é uma iniciativa da plataforma ChatClass juntamente com o Instituto XP e a coordenação do evento entrou em contato com a comissão da Paraíba para fazer a divulgação na Rede Estadual de Ensino. O objetivo do torneio é democratizar o ensino da educação financeira nas escolas públicas brasileiras.

“Já está acontecendo e vai até dia 19 de novembro”, conta Ribeiro. “Os alunos recebem atividades diárias por meio da ChatClass no WhatsApp. Os exercícios feitos durante o período do torneio contam pontos para a classificação geral. Para participar, o aluno precisa estar atrelado à turma de um professor cadastrado na plataforma”. Podem participar alunos e professores – de todas as matérias – de escolas públicas ou privadas, do 9° ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. O torneio é 100% online e gratuito.

 

Participação na OBR já é tradicional

E em outubro foi realizada a etapa nacional da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), em que a Paraíba já é uma participante tradicional, com equipes tanto de escolas estaduais quanto municipais e particulares. A Rede Estadual de Ensino vem se esforçando para melhorar sua performance nessa competição, que teve se adaptar a um modelo virtual desde que a pandemia obrigou a humanidade ao distanciamento social.

Melhorar a performance na OBR tem sua razão de ser. A competição é realizada desde 2007 e atualmente é considerada o maior evento de robótica da América Latina. Inclusive classificando equipes para a RoboCup, que é o maior evento de robótica do mundo. Em 2019, última competição presencial antes da pandemia, foram mais de 204 mil participantes diretos de todos os estados brasileiros com mais de 5 mil equipes competindo na modalidade prática no país.

Além da modalidade prática, há também a teórica. Ambas procuram adequar-se tanto ao público que nunca viu robótica quanto ao público de escolas que já têm contato com a robótica educacional. As atividades acontecem através competições práticas (com robôs) e provas teóricas em todo o Brasil.

A OBR é apoiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Além de contar com o suporte da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e RoboCup Federation.

Texto: Renato Félix (Assessoria da SEC&T)

Foto: Divulgação