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Novos fármacos podem enfrentar COVID-19 e outras viroses

publicado: 06/01/2021 10h44, última modificação: 06/01/2021 10h45
Testes avaliam derivados dos principais fármacos para combate à COVID-19
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José Barbosa

Buscar a geração de novos antivirais para enfrentar a COVID-19 e outras viroses, sob uma abordagem multidisciplinar. Essa foi a proposta da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) aprovada no Edital nº11/2020  do Programa de Combate a Epidemias, uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), vinculada ao Ministério da Educação (MEC).

José Maria Barbosa Filho, coordenador do projeto, explicou que o estudo vai utilizar ferramentas de bioinformática para “triagem virtual e proposição de derivados dos medicamentos a serem sintetizados, criando novas moléculas com atividade antiviral contra o SARS-CoV-2”. Serão investigados compostos inspirados nos principais fármacos em fase clínica de avaliação contra a COVID-19: Remdesivir, Hidroxicloroquina e Nitazoxanida.

Com desenvolvimento multi-institucional, o trabalho une à UFPB dois institutos da Fundação Oswaldo Cruz: Aggeu Magalhães (IAM-FIOCRUZ-PE) e Gonçalo Moniz (IGM-FIOCRUZ-BA). Lançando mão de infraestruturas preparadas para as atividades e pesquisadores altamente qualificados, as três instituições preveem a utilização de abordagens relacionadas a quimioinformática, sintéticos, biológicos e toxicológicos.

Barbosa Filho contou que há dezenas de moléculas sintéticas, inéditas na literatura, com potencial atividade contra o coronavírus, bem como contra os vírus de Zika, Chikungunya e Dengue. Ele destacou que “o estudo poderá viabilizar a geração de produtos farmacêuticos de alto valor para terapias de várias doenças, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do País”.

O coordenador afirmou que a CAPES “tem um papel social dos mais relevantes, não só para a educação, como também para o desenvolvimento econômico do País”. Ele acredita que a aprovação de sua proposta é um importante reconhecimento do mérito científico-acadêmico, além do acréscimo à qualificação e experiência de sua equipe, já que o apoio permitiu acrescentar quatro bolsas de doutorado e seis de pós-doutorado à execução do projeto.

“Este projeto agregará informações valiosas para a ciência, no tocante ao avanço de protótipos antivirais inéditos, colocando o País em posição privilegiada no cenário internacional”, anteviu Barbosa Filho.

Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O Programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.

Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.

Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:

CAPES - Epidemias - Edital nº 09/2020
CAPES – Fármacos e Imunologia - Edital nº 11/2020
CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos - Edital nº 12/2020

Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020

(Brasília – Redação CCS/CAPES)