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Mudas in vitro produzidas pelo Cetene aumentam a produtividade das plantações de cana

publicado: 06/07/2017 00h00, última modificação: 19/10/2018 09h52

 

Pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene) estão desenvolvendo mudas de cana-de-açúcar in vitro para aumentar a produtividade e reduzir os riscos de contaminação por pragas. As mudas são produzidas na Biofábrica do Cetene, localizada na Zona da Mata Sul de Alagoas e Pernambuco. Os resultados preliminares da experiência surpreenderam os pesquisadores.

"Já temos dados de estimativas de produtividade de até 40 toneladas acima da produção convencional. O plantio convencional na região costuma render entre 60 a 80 toneladas por hectare. Com a cana micropropagada, nas mesmas condições de clima e solo, alcançamos resultados de até 120 toneladas por hectare", afirma o responsável técnico pelo campo de mudas de cana-de-açúcar micropropagadas da Biofábrica, Marcelo Andrade.

De acordo com ele, durante o crescimento da cana produzida por meio da cultura in vitro, foram observadas diferenças na altura, diâmetro do caule, número de folhas e saúde das plantas. "Esses resultados irão contribuir para o dia-a-dia dos agricultores, pois vamos ter uma cana mais limpa, apresentando maior produtividade. Se houver uma boa assistência técnica para mostrar como evitar os riscos de contaminação, com certeza, eles terão mais lucros nas suas safras", avalia.

A produção em larga escala de cana micropropagada pela Biofábrica do Cetene teve início em 2015. A iniciativa permite que os produtores renovem seus campos com plantas sadias, garantindo produtividade superior em relação à cana convencional já no primeiro corte, o que tende a aumentar nos cortes seguintes com o solo enriquecido com biomassa natural, folhagem e correção de níveis de nitrogênio, calcário e outros componentes essenciais para a boa produtividade.

A renovação dos plantios é, inclusive, apontada como um dos principais gargalos do setor. A técnica de cultura de tecidos para cana-de-açúcar é a mais eficiente para reduzir problemas causados por patógenos, que são os agentes causadores de doenças do tecido vegetal, responsáveis por prejuízos de até 40% da produção.

"A muda vai para o campo 100% sadia, com todas as características ideias para o plantio. Com isso, reduzimos também a quantidade de insumo agrícola necessário por hectare, pois fortalecemos a planta nas estufas antes de levá-las a campo. Na micropropagação não é utilizado inseticida. No plantio convencional, para germinar, demora em torno de 30 dias. Com a micropropagação, a antecipação fica em torno de 40, 60 dias, pois já plantamos no solo a muda formada", acrescenta o engenheiro agrônomo, Diógenes do Nascimento, pesquisador responsável pelo desenvolvimento das espécies nas estufas.

Fonte: MCTIC