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Lançado consórcio para assinatura de identificador digital de pesquisadores
"Entre uma vez, use sempre". Este é o lema utilizado pelo diretor de Programas e Bolsas no País da CAPES, Geraldo Nunes Sobrinho, para explicar a funcionalidade do ORCID, um identificador digital persistente que permitirá a conexão de pesquisadores às suas afiliações e atividades por meio da integração com editoras, agências de financiamento e bases de dados.
Após o lançamento do consórcio fruto de parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), a Scientific Electronic Library Online (SciELO) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP), que aconteceu na última terça-feira (22), esta ferramenta poderá ser usufruída pelas instituições brasileiras.
O diretor explicou que o uso da ferramenta trará racionalidade ao uso das bases de dados existentes e posicionará a pesquisa brasileira globalmente. "Esse é o ponto de partida das ações que o Brasil precisa tomar em relação a sua integração internacional. Esse consórcio nos levará a internacionalizar os nossos pesquisadores, nossas informações, além de garantir que os dados passem por um processo de curadoria que respalde e permita o rastreamento de sua origem", completou.
Geraldo Nunes explicou que o uso do ORCID trará racionalidade ao uso das bases de dados existentes (Foto: Haydée Vieira - CCS/CAPES)A iniciativa representa, sobretudo, um passo importante para a integração, por meio de um sistema colaborativo com interface internacional, das informações brasileiras de pesquisa de forma abrangente e sustentável e alinhado com diversas iniciativas mundiais. "O consórcio tem o objetivo precípuo de facilitar o trabalho de nossos pesquisadores, de modo que não tenham que ficar preenchendo a cada momento, em diferentes bases, informações relevantes para avaliação e para os propósitos de sua atuação de pesquisa", disse Geraldo Nunes.
Transparência
Também presente na mesa de abertura do lançamento, a diretora de Avaliação da CAPES, Sonia Nair Bao, ressaltou a importância do consórcio. "A tentativa da CAPES de tentar fazer com que haja uma integração em todas as bases de nossa produção técnico-científica, assim como de financiamento, vai fazer com que economizemos o tempo de nosso pesquisador e, com isso, termos uma divulgação e transparência maiores da produção de nosso conhecimento no âmbito internacional. O país está em uma fase do desenvolvimento da nossa pós-graduação, na qual é fundamental que nossos parceiros internacionais e a sociedade como um todo consigam ver o que produzimos, de fato, de ciência, de conhecimento e o investimento que temos no país. Essas informações devem estar acessíveis não só para a comunidade brasileira, como também para a internacional", disse.
A diretora executiva do ORCID, Laurel L. Haak, falou sobre a atuação do ORCID com consórcios, agências financiadoras, editores e universidades, bem como seus objetivos. "A falta de informações abertas aos diversos interessados nos impossibilita de saber o que está acontecendo com os estudantes e pesquisadores, afetando a adoção de ações direcionadas a esse público. Nosso objetivo é facilitar o trato do pesquisador com as suas informações", explicou.
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) também participa do acordo com o suporte técnico para a implementação do sistema. "A RNP, com uma visão integradora de soluções de plataforma para a comunidade científica, participa do projeto exatamente neste sentido: atuar no papel de integração, suporte, desenvolvimento e implementação da solução de forma que os nossos parceiros, membros do consórcio, tenham o menor trabalho possível e maior qualidade de produção", explica Cláudio Silva, gerente de projetos da Rede.
Cenário atual
Para a coordenadora-geral de Atividades de Apoio à Pós-graduação da CAPES, Talita Moreira, o consórcio é lançado em um cenário propício a mudanças, caracterizado pela diversidade de sistemas e identificadores, falta de integração e replicação de informações. "Nosso objetivo é mudar essa realidade e ter sistemas que operem de forma integrada, com o uso de identificadores padrão, diminuindo o trabalho manual e aumentando a qualidade dos dados."
Segundo Talita Moreira, o consórcio é lançado em um cenário propício a mudanças (Foto: Haydée Vieira - CCS/CAPES)Segundo a coordenadora, os benefícios da centralização das informações atingirão os diversos atores do processo. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) revelou que o pesquisador brasileiro gasta 30% do seu tempo em atividades de gestão administrativa, esforço operacional que pode ser reduzido e, consequentemente, direcionado à prática da pesquisa. Para os financiadores, o ORCID significará uma otimização da gestão dos recursos, no intuito de ter uma visão do que e no que as instituições estão investindo.
Consorciados
Também estiveram presentes no lançamento do consórcio a diretora do IBICT, Cecília Leite Oliveira; o diretor de Cooperação Institucional do CNPq, José Ricardo Santana; o vice-presidente do CONFAP, Claudio Benedito Silva Furtado; e o gerente de soluções da RNP, Antônio Nunes. Os representantes apresentaram as perspectivas de suas instituições na utilização do ORCID em suas atividades.
ORCID
O lançamento do consórcio aconteceu na sede da CAPES, em Brasília (Foto: Haydée Vieira - CCS/CAPES)Organização sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, a Open Research and Contributors Identification (ORCID) foi criada em 2010 por organizações envolvidas em pesquisa, como universidades, laboratórios, empresas e editoras científicas, com o objetivo de criar um identificador permanente que torne possível relacionar de maneira confiável pesquisadores a suas contribuições e afiliações institucionais.
Em outubro de 2012, a ORCID lançou seu identificador, o qual, segundo a própria organização, atualmente contabiliza mais de 3 milhões de registros. No ano de 2016, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) foi a primeira instituição brasileira a se tornar membro da ORCID, seguida pelas Universidades de São Paulo (USP), e Estadual de Campinas (Unicamp).
Acesse a página da ORCID.
CCS/CAPES