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João Pessoa sedia a Olimpíada Iberoamericana de Física

publicado: 01/12/2021 11h48, última modificação: 01/12/2021 11h51
_OIbF - estudantes técnicos e fiscais e o prof Mário César na sala de provas.jpg

Técnicos e fiscais na sala de provas

Uma estrutura de monitoramento virtual distribuída em 17 países, controlada de forma centralizada, está em operação na Paraíba para a realização da Olimpíada Iberoamericana de Física, 2021. Ao todo, 61 estudantes de países da América Latica, Portugal e Espanha estão conectados em um sistema virtual distribuído, especialmente montado para a realização desta, que é uma das mais tradicionais olimpíadas internacionais do conhecimento, na sua 26ª edição. O Governo do Estado da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia, apoiou de forma integral a implantação desta estrutura tecnológica, juntamente com a Universidade Estadual da Paraíba.

A edição virtual da XXVI OiBF iniciou dia 27 de novembro e se encerrará no sábado, 4 de dezembro, na Paraíba. Na segunda-feira, foi realizada a prova teórica. Hoje, a partir das 14h, será realizada a prova experimental simultaneamente, em todos os países.

O coordenador local da OIbF, professor Dr. Mário César Soares Xavier, da UEPB, afirma que esta é uma das maiores competições de Física para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino Fundamental do Ensino Médio no Mundo e a maior para o Brasil. “Anualmente, são realizadas a IFO, Olimpíada Internacional de Física, que neste ano registrou a participação de cerca de 80 países. A EUFO, Olimpíada de Física da União Europeia, da qual o Brasil participa como país convidado. E a OIbF, da qual participam países da Américalatina, Portugal e Espanha cuja sede, neste ano, é em João Pessoa”.

A competição inicia nas escolas e é conduzida pela Olimpíada Brasileira de Física (OBF), uma estrutura organizada a partir da Sociedade Brasileira de Física. A etapa inicial da OBF é aplicada em 3 fases de provas experimentais. Para esta edição, o coordenador geral da OBF, Prof. Dr. Ricardo Andreas Sauerwein ( UFSM ), estima que 160 mil alunos participaram. Os concorrentes passam pelas seleções até alcançarem as seletivas internacionais, das quais 160 disputaram. Destes, os 14 melhores colocados são direcionados para as etapas internacionais na Europa, na Iberoamericana e na mundial.

O professor Ricardo insere um ingrediente importante aos objetivos destas olimpíadas, que é a identificação de talentos na área de Física. Ele faz uma analogia com o futebol: “No Brasil não existe um talento de futebol desperdiçado. Os especialistas em identificar talentos estão nas escolinhas de várzea, até nos grandes clubes. O atleta recebe um treinamento que o torna capaz de desenvolver seu potencial. Mas nas outras áreas, não. Tem muito talento desperdiçado no nosso país, tanto em áreas do conhecimento quanto esportiva”..

A OBF tem uma estrutura piramidal. O grande objetivo é participar de uma competição internacional, mas há um caminho para o aluno trilhar e adquirir aperfeiçoamento. “A primeira fase está mais ligada com o nível da escola e a própria escola identifica talentos nessa fase, formam-se grupos de estudos que integram os alunos em torno da Física”, fala o professor Ricardo, e continua: É preciso  criar um cultura olímpica, que se espalha pela escola e vai implantando no pensamento o objetivo para o aluno alcançar uma conquista. Talvez o estudante passe por essa experiência e se dedique para outra área, mas não teria buscado oportunidades se não conhecesse as possibilidades, e esse é o diferencial das olimpíadas”.

Tecnologia viabiliza a realização virtual da OiBF

Para realizarem as provas, cada equipe nos seus países, os estudantes se dirigem presencialmente à sala onde será aplicada. No Brasil, está ocorrendo em João Pessoa. Câmeras captam com detalhes a execução de cada estudante. Em outra sala, na central de monitoramento, os fiscais se certificam da movimentação, enquanto o estudante resolve a prova. Só é permitida a entrada na sala dos delegados de cada país - são, no máximo dois - e os fiscais locais.

Outro centro de acompanhamento de todos os países participantes está em operação na Universidade Estadual da Paraíba, campus Araruna, onde oito fiscais monitoram dois países, cada um.

Nos horários em que as provas não são aplicadas, a OiBF promove lives nas quais são apresentadas atividades acadêmicas em destaque no Brasil e na Paraíba nas áreas de música, artes gráficas e, nesta sexta, a partir das 14h, será apresentado o projeto de colaboração para a construção do radiotelescópio Bingo. As transmissões são feitas pelo canal da SBF no Youtube.

 

Por: Márcia Dementshuk - Assessoria da SEC&T