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Hospital Universitário recebe protótipo de purificador de ar anti-covid-19 para uso odontológico
Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) entregaram, segunda-feira (6), o primeiro protótipo de um purificador de ar anti-covid-19 para o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), para uso odontológico. O equipamento foi desenvolvido com apoio de recursos do governo do estado, por meio de edital da Fapesq - Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba. O projeto foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores dos Centros de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR) e de Ciências da Saúde (CCS). O equipamento inovador vai possibilitar ainda mais segurança no atendimento aos pacientes do Serviço de Fissuras Labiopalatinas. De acordo com os pesquisadores, o purificador de ar anti-covid-19 tem 99.9% de eficácia na eliminação do vírus do ambiente do consultório. A pesquisa "Purificador de Ar Anti COVID-19: Proteção do Ambiente Hospitalar e dos Profissionais de Saúde" recebeu do estado R$ 146.362,80, do Edital Nº 003/2020 que visa contribuir para a rápida implementação de soluções de monitoramento, análise e recomendações frente à pandemia do COVID19, no Estado da Paraíba.
A cerimônia de entrega contou com a presença dos pesquisadores responsáveis pelo invento e de várias autoridades, entre as quais o Reitor da UFPB, Prof. Valdiney Gouveia, do Superintendente do HULW, Dr. Marcelo Tissiani, e do presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), Roberto Germano Costa. De acordo com o Reitor Valdiney Gouveia, a continuidade das ações e das parcerias são fundamentais para o fortalecimento das instituições. “Tudo que foi muito bem-feito por gestões passadas, que elas sigam existindo, e, naquilo que for possível, que possamos, de fato, ampliar, melhorar, renovar o nosso Hospital Universitário”, disse o Prof. Valdiney Gouveia. O presidente da Fapesq, Roberto Germano, destacou a importância dos investimentos do governo do estado em pesquisas, sobretudo, voltadas para o enfrentamento à pandemia da Covid-19, reforçando, também, a estrutura da UFPB, com 55% dos programas de pós-graduação.
segundo a coordenadora do projeto, professora Kelly Gomes, O purificador foi criado para atender a uma demanda de profissionais de Odontologia do HULW. Professora Kelly Gomes também é presidente da Agência UFPB de Inovação Tecnológica (Inova). O desenvolvimento dos filtros envolveu uma equipe multidisciplinar, de laboratórios do CEAR e do CCS, bem como do HULW. Participaram da criação do equipamento os professores Flávia Aquino e Euler Macêdo, do CEAR, Ricardo Dias de Castro, do CCS, Rosa Helena Wanderley e Vitor Marques Filgueiras, do HULW, além do professor visitante do CCS, Alexandre Rezende Vieira (Universidade de Pittsburgh), do docente Sandro Marden, diretor da Agência de Cooperação Internacional (ACI), além de alunos de graduação e pós-graduação dos centros de ensino envolvidos. “O pedido foi para desenvolvermos um dispositivo que mitigasse o vírus da Covid nos consultórios, em função de esses profissionais estarem extremamente expostos aos aerossóis produzidos durante o atendimento dos pacientes”, explicou Profa. Kelly Gomes.
O superintendente do HULW, Dr. Marcelo Tissiani, parabenizou a equipe pela iniciativa e destacou a importância das ações de ciência, de pesquisa e de tecnologia no enfrentamento à pandemia de Covid-19. “As pessoas começam a entender que, através de um grande problema, surgem grandes saídas, grandes alternativas”, disse Tissiani. O desenvolvimento dos materiais filtrantes utilizados no protótipo do purificador teve início no segundo semestre de 2020, com financiamento da Fapesq-PB, na ordem de R$ 184,8 mil. Os quatro modelos de filtro criados para inativar o vírus SarsCov-2, causador da Covid-19, foram testados em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp). Duas composições apresentaram 99,9% de eficácia, enquanto as outras tiveram 99,99% de eficácia, destacou o Prof. Euler Macêdo.
A pesquisadora Rosa Helena Wanderley contou que a idealização do projeto surgiu a partir da preocupação da equipe do HULW com a interrupção do tratamento de pacientes, sobretudo crianças que precisam do Serviço de Fissuras Labiopalatais. “Uma das especialidades que lida no nosso serviço de fissura é a odontologia, especialidade que foi extremamente prejudicada com esse vírus, pelo seu acesso bucal, e com isso a preocupação de uma interrupção de um tratamento que tem prazo para acontecer. Então, não queríamos que as nossas crianças ficassem desassistidas; tampouco, que tanto pacientes como profissionais corressem riscos. Precisávamos buscar uma solução”, explicou Rosa Helena.
A UFPB está realizando a proteção do dispositivo, com depósito no Instituto Nacional de Proteção Intelectual (INPI), e buscando o desenvolvimento dessa tecnologia em escala industrial. “Estamos procurando parcerias com empresas ou órgãos que tenham interesse na produção desses materiais para que possamos disponibilizar para a comunidade acadêmica e para a sociedade equipamentos que têm eficácia comprovada contra o coronavírus”, acrescentou Kelly Gomes.
Ainda segundo a docente da Inova, a universidade está buscando financiamento a segunda parte do projeto, que busca expandir a aplicação desses materiais filtrantes para outras finalidades, tanto em equipamentos de proteção coletiva quanto individual, em ambientes hospitalares ou domésticos, a exemplo de filtros de ar condicionado e de ventiladores pulmonares ou máscaras de proteção faciais.
Reitor Valdiney Gouveia ressaltou o mérito dos pesquisadores e sua importância para a UFPB, assim como os investimentos em pesquisa, reconhecendo a sensibilidade do Governo do Estado e do Governo Federal em aportar recursos nessa área.
Com informações: Milena Dantas - UFPB
Fotos: Mariani Idalino