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Fundação vai atuar na avaliação dos impactos da política do ministério que vai levar água potável captada da umidade do ar

Fiocruz auxiliará MCTIC na oferta de água atmosférica em escolas do semiárido

publicado: 23/09/2019 14h20, última modificação: 23/09/2019 14h20
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A Fundação Oswaldo Cruz, por intermédio da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), integrará o programa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para viabilizar a produção de água potável em comunidades escolares do semiárido. A atuação da Fiocruz, coordenada pela pesquisadora Debora Cynamon Kligerman, consistirá na avaliação dos impactos na saúde da disponibilização da água atmosférica para as comunidades beneficiadas.

A Metodologia de Avaliação do Impacto empregada pela ENSP considerará as dimensões sanitária, ambiental, tecnológica, mental, sociocultural, epidemiológica e econômica da viabilização da água no semiárido. O projeto será aplicado em escolas da região, cuja escolha será baseada em critérios de exposição e sensibilidade à seca, risco à saúde e presença de programas parceiros do ministério.

“Os parâmetros para medirmos os benefícios de um programa consistem na quantidade e na qualidade dos sistemas implantados a partir dele. A ideia não é medir saúde como ausência de doenças, mas analisar toda uma cadeia a partir do benefício da água, considerando a segurança alimentar, inclusive. O trabalho desenvolvido por nós envolve o antes, o durante e o depois do emprego dessa tecnologia”, detalhou a pesquisadora do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Fiocruz.

O equipamento cedido pelo governo de Israel produz até 900 litros de água por dia, de acordo com a umidade relativa do ar e a temperatura da região. Á água produzida é de extrema qualidade e sua aplicabilidade será direcionada para o consumo humano, escovação de dentes, lavagem de mãos, produção e preparação de alimentos.

Conforme afirmou o coordenador do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Daniel Chang, cabe ao ministério buscar alternativas e tecnologias que possam prover soluções para a população do semiárido, principalmente no que tange à segurança hídrica, energética e alimentar. “A tecnologia da água atmosférica é muito interessante porque é usada onde não se tem uma rede integrada de captação. Ela consegue retirar água da umidade do ar, passar por um processo de filtragem e mineralização para ser ofertada”, detalhou.

A parceria com a Fiocruz, segundo ele, será estratégica pela possibilidade de avaliar os impactos da provisão de água de modo amplo. “Por que procuramos a Fiocruz? Trata-se de uma instituição parceira de longa data, com muita experiência na questão da saúde, principalmente pela metodologia que avaliará o impacto sistêmico, multidimensional, da oferta de água de boa qualidade”, alegou.

O ministério está realizando oficinas e atividades de sensibilização e explicação junto aos alunos sobre higiene pessoal, higiene bucal e também com os responsáveis pela elaboração dos alimentos na escola. Gustavo Pottker, também integrante da equipe do projeto no MCTIC, espera que os impactos da tecnologia sejam mensurados e provoquem resultados positivos na saúde das pessoas. “Trabalhar com escolas é estratégico, justamente pela possibilidade de o aluno replicar o conhecimento em casa. Então, é uma forma de gerar multiplicadores. A escola é um espaço estratégico”.

Na Fiocruz, além da coordenação da pesquisadora Debora Cynamon Kligerman, participam da iniciativa as pesquisadoras Simone Cynamon Cohen, Telma Abdalla de Oliveira Cardoso e Deborah Chein Bueno de Azevedo.


Texto: Fiocruz