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Finep e BNDES destinam R$ 3,58 bilhões para inovação

publicado: 11/08/2016 11h26, última modificação: 19/10/2018 09h49

A Finep e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinam até R$ 3,58 bilhões para dois programas voltados para inovação, nos setores de química e de mineração; o Plano de Apoio ao Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química (PADIQ) e o Plano de Desenvolvimento, Sustentabilidade e Inovação no Setor de Mineração e Transformação Mineral (Inova Mineral).

No início deste mês, as duas instituições anunciaram, em evento no BNDES, no Rio, os 27 planos de negócios já selecionados para o PADIQ, que totalizam investimentos de R$ 2,4 bilhões, e lançaram o edital para seleção de planos de negócios que serão apoiados pelo Inova Mineral, programa que apoiará o setor com R$ 1,18 bilhão. “O trabalho articulado das duas instituições de fomento, desde o lançamento dos primeiros Programas Inova, em 2013, vem mostrando resultados importantíssimos e o desdobramento dessa parceria vai continuar a dar frutos promissores”, disse Victor Hugo Odorcyk, diretor de Inovação da Finep. Segundo a diretora de Indústria e Insumos Básicos do BNDES, Cláudia Prates, “o formato dos Programas Inova, desde o PAISS, é hoje verdadeiro benchmarking de excelência em resultados. A colaboração BNDES/Finep é essencial para esse resultado positivo”, afirmou. Estiveram também presentes ao evento representantes do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), entre outros. 

Os dois programas financiarão investimentos em inovação voltados para projetos sustentáveis, que incluem, por exemplo, redução de emissão de poluentes, eficiência energética, além de recuperação e conversão de resíduos agrícolas e subprodutos industriais em produtos químicos com vasta aplicação em bens de consumo, tais como tintas, cosméticos e peças de plásticos.

Entre os planos selecionados do PADIQ estão investimentos que vão desde pesquisa, desenvolvimento e inovação para substituição de produtos potencialmente alergênicos ou carcinogênicos, em aplicações que incluem artigos infantis como mamadeiras e chupetas, desenvolvimento de fibras de carbono para os setores aeroespacial, automobilístico, esportes, industrial (como o de petróleo e gás) e o eólico, até o desenvolvimento de fragrâncias a partir de frutas, flores e plantas brasileiras.

O Inova Mineral apoiará planos de negócios para desenvolvimento, entre outros, de tecnologias de produção de materiais aplicados na geração de energia solar e eólica, e em dispositivos acumuladores de energia, essenciais, por exemplo, para o desenvolvimento do mercado de carros elétricos. Tais materiais, à base de silício, lítio e terras raras, são determinantes para a evolução desses setores, que trarão impactos ambientalmente positivos.

O avanço tecnológico em baterias de íon de lítio, por exemplo, tem permitido o desenvolvimento de acumuladores de energia menores e mais eficientes para armazenamento de eletricidade gerada por paineis solares instalados em residências e prédios comerciais. Outro importante foco de apoio são as tecnologias dedicadas à recuperação e ao reaproveitamento de resíduos da mineração, métodos mais sustentáveis de deposição e monitoramento e controle de riscos ambientais e de barragens.

PADIQ

O programa recebeu 62 planos de negócios, no valor total de investimentos de R$ 2,9 bilhões para o período de 2016 e 2017. Do total, 27, que totalizam R$ 2,4 bilhões em investimentos, foram selecionados para apoio com instrumentos do BNDES e da FINEP, em seis linhas temáticas: químicos a partir de fontes renováveis, que recebeu a maior parte da indicação de suporte (70%); fibras de carbono (11%); insumos para higiene pessoal e cosmético (10%); aditivos químicos para alimentação animal (5%); aditivos químicos para exploração e produção de petróleo (3%); e derivados de silício (1%).

Entre os planos de negócios selecionados de todo o país, 12 foram apresentados por Micro, Pequenas e Médias empresas (MPME), três por média-grande e outros 12 por grandes empresas.

Com o apoio financeiro do BNDES e da Finep, que ocorrerá com base nas linhas de financiamento, programas e fundos já existentes nas duas instituições, o PADIQ demonstrou condições de atrair investimentos em fábricas de escala mundial e desenvolver produtos atualmente não produzidos no país.

Inova Mineral

O programa tem como objetivo o fomento e a seleção de planos de negócios com foco em inovação e sustentabilidade, utilizando linhas e instrumentos de apoio do BNDES e da Finep. O Inova Mineral apoiará o setor, selecionando planos inseridos nos seguintes temas, definidos de acordo com oportunidades identificadas junto a empresas, Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs) e demais agentes do setor:

- Tecnologia, diversificação e competitividade em minerais “Portadores de Futuro”, com foco em materiais de alto desempenho,

- Ampliação da oferta de Fosfato e Potássio e redução do déficit comercial de fertilizantes,

- Tecnologias de processo mineral para competitividade e desconcentração de mercado,

- Redução e mitigação de riscos e de impactos ambientais,

- Adensamento da cadeia via desenvolvimento e absorção de tecnologias.

Poderão participar do processo de seleção empresas brasileiras, além de Instituições Científicas Tecnológicas (ICTs) interessadas na formalização de parcerias em projetos de empresas proponentes de planos de negócio.

Os Planos de Negócio deverão ter valor mínimo de R$ 5 milhões, prazo de execução de até 60 meses, e deverão ser desenvolvidos no território nacional. O prazo para apresentação de Planos de Negócios começa em 1º de setembro de 2016.

(Finep)