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Centenário Celso Furtado

Fapesq convida para debate em homenagem ao Centenário de Celso Furtado

publicado: 24/07/2020 14h19, última modificação: 27/07/2020 12h19
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A Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba convida para debate por videoconferência na próxima quarta-feira (29), às 10 horas, pelo canal do YouTube da Fapesq, em homenagem ao Centenário de Celso Furtado. Participarão do debate o presidente do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), Fábio Guedes; o professor e ex-reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Rômulo Polari; o pró-reitor adjunto de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Cidoval Morais, e como moderador o secretário-executivo da Ciência e Tecnologia da Paraíba, Rubens Freire.

Assista a live no Canal da Fapesq no YouTube.

No domingo, 26 de julho, o professor Celso Furtado faria 100 anos. Diversas instituições realizam atividades e instituíram 2020 como Ano Comemorativo Celso Furtado.

Reconhecido mundialmente como um dos mais importantes economistas brasileiros, Celso Furtado aliou uma análise criteriosa das condições e da dinâmica do subdesenvolvimento do Brasil, com a prática política e a gestão de instituições públicas, como na Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e dos Ministérios do Planejamento e da Cultura.

Suas obras marcam momentos oportunos da história do País, temas de extrema relevância sobre a ordem econômica e a trajetória da economia e da sociedade brasileiras. As análises e estudos que deixou transcendem seu tempo, como em obras clássicas como “Formação econômica do Brasil” (1959); “Desenvolvimento e subdesenvolvimento” (1961); “Dialética do desenvolvimento” (1964); “Um projeto para o Brasil” (1968); “Análise do ‘modelo’ brasileiro” (1972); “A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina” (1973); “O mito do desenvolvimento econômico” (1974); entre outras.

Trajetória

Celso Furtado é o economista brasileiro mais reconhecido no mundo, tendo sido indicado ao prêmio Nobel de Economia em 2004, mesmo ano em que faleceu de ataque cardíaco no Rio de Janeiro.

Sua obra é considerada cosmopolita, com ênfase no desenvolvimento, sem deixar de lado as questões brasileira e especificamente nordestinas. Foi docente das mais importantes universidades do mundo. Nascido no sertão da Paraíba, se mudou para o Rio de Janeiro em 1939 para cursar Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Com o curso concluído após cinco anos foi convocado para a Segunda Guerra Mundial e ao fim dos combates deu início ao doutorado em economia na Universidade de Paris-Sorbonne, concluído em 1948 com uma tese sobre a economia brasileira no período colonial.

Retornou ao Brasil, no serviço público, mas logo em seguida passou a integrar, no Chile, a recém-criada Cepal, da Organização das Nações Unidas (ONU). Na década de 1950, voltou ao Brasil e atuou no planejamento de metas para a economia brasileira. Foi o criador da Sudene. Sua obra mais consagrada, “Formação Econômica do Brasil”, foi publicada em 1959, no mesmo período em que ocupava o cargo de diretor do BNDES.

Em 1962, tornou-se primeiro titular do Ministério do Planejamento, no governo João Goulart. Dois anos depois, após o golpe militar, Celso Furtado teve os direitos políticos cassados e partiu para o exílio, lecionando em universidades americanas e francesas. Retornou ao Brasil após a anistia, em 1979.

Foi eleito, em 7 de agosto de 1997, oitavo ocupante da cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras, que tem por patrono Fagundes Varela. Tomou posse em 31 de outubro, recebido pelo acadêmico Eduardo Portella.

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