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Expotec recebeu 600 estudantes e lançou Farol Digital

publicado: 27/11/2022 10h22, última modificação: 28/11/2022 10h45
Evento em João Pessoa teve maratona com alunos do Ouse Criar e encontro do ecossistema de inovação
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Cerca de 600 estudantes da Rede Estadual de Ensino estiveram no Centro de Convenções de João Pessoa participando da oitava edição da Expotec, de quarta a sexta passadas. Com o tema “Internet livre, neutra e global: Tecnologia, Negócios, Educação, Robótica e Comunidades”, a maior feira de tecnologia da região Nordeste recebeu estes alunos que participam de equipes de dois programas que unem ciência, empreendedorismo e juventude nas escolas estaduais paraibanas: o Ouse Criar e o Programa Celso Furtado, da Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia. Além deles, o evento teve estandes dedicados a outros projetos e instituições, como a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB) e o radiotelescópio Bingo, mostrando suas novidades e ações.

“Esta edição está sendo marcada por uma presença muito forte da juventude”, confirma Rubens Freire, secretário executivo estadual de Ciência e Tecnologia. “Estudantes do nosso Ensino Médio estão passando três dias aqui nesse ambiente que é de extrema importância no processo de formação. Os jovens que estão passando por aqui não esquecerão esses dias”.

“Aqui a gente está movimentando as três fases do programa”, explica Giovania Lira, coordenadora do Ouse Criar. O programa é dividido em três fases, relacionadas a cada série do Ensino Médio, onde os alunos vão cumprindo etapas a fim de, no final, estarem com uma startup formada. “Para os alunos da fase 1, a gente está com um hackathons voltado para a parte de protótipos. Os estudantes já vêm de seletivas regionais, onde eles trabalham a ideação, a parte toda teórica”.

Em uma grande sala de 271m2, adolescentes participaram dessa maratona de desenvolvimento de protótipo. 100 equipes, formadas cada uma por cinco estudantes e um professor, competindo para entregar as soluções mais efetivas para o desafio escolhido, tendo à disposição acesso à internet, data show, microfone, notebook e passador de slides, mas também post-its, canetas, pincel, adesivos, fita adesiva dupla face, papel A4, peças de Lego, storyboard, massa de modelar, tesoura, elásticos, cola e outros materiais para prototipagem. É a “final” do primeiro ano do programa: das 100, apenas 30 equipes seguem para a fase 2 do Ouse Criar em 2023.

“Alunos da fase 2 estão aproveitando palestras e workshops que a própria Expotec oferece sobre empreendedorismo, inovação, startups... Estão sendo incluídos no ecossistema”, aponta Giovania. As equipes da fase 3 já estão com empresas pré-incubadas no Parque Tecnológico Horizontes de Inovação. “Essas vêm para rodadas de negócios, para conversar com investidores e também participar de palestras”.

As nascentes empresas também participam de um workshop com uma empresa que trabalha com gerenciamento de negócios. “Os estudantes têm um valor considerável para o desenvolvimento das suas empresas: R$ 25 mil no total dos três anos de programa. Então precisam como usar bem esse dinheiro para que eles consigam ‘tracionar’ a startup, e chegar ao final com um produto mínimo viável e gerando os primeiros lucros”.

O Celso Furtado, por sua vez, manteve um estande onde os projetos de suas equipes de estudantes puderam ser apresentados ao público que compareceu ao evento. “A gente pôde dar oportunidade para nossas 15 equipes bolsistas do Programa Celso Furtado poderem expor os projetos que estão desenvolvendo durante todo esse ano de implementação, correção, revisão e estudo mesmo”, conta Luiza Iolanda Cortez, coordenadora do programa. “Para eles, vem uma sensação de visibilidade e de realização muito importante, porque o público está tendo acesso ao que eles estão desenvolvendo e percebendo a preocupação social que existe em cada um esses projetos”.

Além disso, a experiência em si é marcante, incluindo para muitos uma longa viagem e um mergulho num ambiente que respira ciência e tecnologia. “É sempre muito empolgante para eles, porque viajam, ficam em hotéis, só estar aqui já é uma grande aventura”, ressalta Giovania Lira. “Na arena, onde estão competindo, tudo fica ainda mais empolgante”.

Para as coordenadoras dos programas, que recebem recursos através da Fapesq-PB, também são dias marcantes. “Para a gente, fica um sentimento de orgulho, uma alegria muito intensa por poder ver a alegria deles ao conversar com o público”, diz Iolanda Cortez.

Hub Farol Digital foi lançado

A Expotec foi palco, na quinta, de um primeiro encontro para a formação do hub Farol Digital. Um encontro entre empreendedores, órgãos como a Fapesq-PB, o Sebrae e universidades, num esforço conjunto em prol da inovação no mercado paraibano. “O hub é um movimento em que a gente conseguiu conectar vários atores que atuam com inovação aqui em João Pessoa. A ideia é justamente que a gente possa estar integrando todas as ações que cada ator realiza e colocar disponível para os empreendedores”, explica Rafaella Catão, analista do Sebrae-PB. “Então, quem quer empreender na área de inovação aqui em João Pessoa, o que é que ele vai procurar? Procura o hub. No hub, ele vai encontrar quem são os atores, o que é que eles estão desenvolvendo, e que a gente possa através dele criar mais soluções de acordo com as necessidades desses empreendedores”.

“O Farol Digital é um movimento horizontal que envolve todos os parceiros preocupados com a inovação no estado da Paraíba: empresas privadas, órgãos governamentais, órgãos educacionais”, diz Roberto Germano, presidente da Fapesq-PB, que apresentou os programas Centelha e Tecnova, que incentiva e orienta startups em estágios diferentes. “É um movimento onde todos esses organismos participam no sentido de animar e estruturar esse processo de inovação e para que haja diálogo entre essas políticas e como cada instituição pode contribuir com o desenvolvimento tecnológico do estado”.

Para ele, esse diálogo é fundamental. “Porque às vezes você tem ações que são superpostas ou que podem ser potencializadas a partir da junção de esforços”, diz.

“O encontro é positivo, porque cria um ambiente social que deve ter uma ação de pressão sobre os governos”, pondera Rubens Freire. “Não há como fazer desenvolvimento regional sem uma presença forte do Estado. É uma iniciativa importante, mas ela precisa ter outros ingredientes. A gente precisa começar a desenvolver programas e projetos estratégicos, de média e longa duração. Seria importante que esse ambiente pautasse isso”.

O Farol Digital será lançado oficialmente dia 12, em uma solenidade no Farol do Cabo Branco, às 16 horas. Mas já está funcionando. “A gente já está promovendo encontros. Este foi o primeiro oficialmente, com o hub instituído”, conclui Rafaella Catão.

Bingo se apresentou ao público

O radiotelescópio Bingo, que está em processo de instalação no município de Aguiar e que será o maior do gênero na América Latina, esteve presente na Expotec com um estande e uma palestra. “O Bingo também tem essa pegada de divulgação científica”, disse Amilcar Queiroz, um dos coordenadores do projeto na Paraíba. “A ideia é que o Bingo seja um farol para abarcar e conversar com outros atores da tecnologia”.

“Outro motivo é que o projeto Bingo é do Estado da Paraíba”, continua. “O Estado tem apoiado financeiramente e de outras formas o projeto e o Bingo está atendendo ao chamado da Secretaria de Educação e da Ciência e Tecnologia para a divulgação da ciência. Mostrar que o projeto é da população. A gente precisa dar subsídio pra essas pessoas falarem, entenderem e saberem porque estamos colocando esse objeto aqui”.

Em 10 de novembro, foi assinado o contrato com a CETC 54. “Essa empresa chinesa já tem uma peculiaridade: ela foi a empresa que construiu o maior radiotelescópio atual, na China”, conta o cientista. “E eles vão fazer o espelho e as torres, com um projeto nosso“. Ele conta que esse contrato de compra é só o começo de uma parceria maior. “Universidades chinesas de ponta querem fazer parte do Bingo. Estamos trabalhando nesses convênios”.

A 8ª Expotec é realizada pela Associação Nacional para a Inclusão Digital (Anid Brasil) e pelo Governo da Paraíba, através da Secretaria da Educação e da Ciência e Tecnologia. Com o apoio do Núcleo de Informação e Controle do Ponto BR (NIC.br) e do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Texto: Renato Félix (Assessoria SEC&T)

Fotos: Delmer Rodrigues (Seect)