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Estudo financiado pela Fapesq destaca necessidade de conservação em Brejos de Altitude

publicado: 21/11/2023 09h34, última modificação: 21/11/2023 09h37
Pesquisa apresentada no 73º Congresso Nacional de Botânica revela dados cruciais sobre a biodiversidade do Nordeste
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Um estudo inovador conduzido pelo pesquisador Anderson Silva Pinto, que foi bolsista de doutorado Capes/Fapesq, ganhou destaque no 73º Congresso Nacional de Botânica, realizado na cidade de Belém - Pará. Entre os dias 29 de outubro e 04 de novembro, o congresso se tornou palco para a apresentação das pesquisas mais relevantes no campo da botânica brasileira, e o trabalho “Conservação em Brejos de Altitude: uma abordagem baseada em endemismo filogenético” foi um dos 30 escolhidos para uma apresentação especial devido a sua qualidade e relevância. Este trabalho, que faz parte da tese de doutorado do Dr. Anderson, egresso do Programa de Pós-graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza (PPGEtno), sob a orientação do prof. Sérgio de Faria Lopes (UEPB), também teve a colaboração da pesquisadora Fernanda Kalina da Silva Monteiro (Pós-doc Júnior CNPq/Fapesq) e discentes do Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação da UEPB (PPGEC).

O estudo foca nos Brejos de Altitude, ecossistemas únicos pertencentes ao domínio da Floresta Atlântica e que ocorrem em localidades elevadas no semiárido brasileiro. Atualmente, esses ecossistemas de grande importância regional estão enfrentando redução de suas áreas devido a atividades antropogênicas, como à exploração madeireira, conversão de florestas em pastagens e a expansão urbana. Devido a essa problemática, o referido estudo empregou o conceito de endemismo filogenético - uma maneira de entender quão únicas são as espécies em uma localidade de interesse - para identificar áreas prioritárias para conservação nos Brejos de Altitude.

Os resultados revelaram variações significativas no endemismo filogenético entre áreas de Brejo de Altitude, identificando localidades pertencentes aos municípios de Areia - PB, Baturite – CE, Caruaru - PE entre outros, como detentoras de alto endemismo filogenético. Felizmente, a maioria dessas áreas encontra-se protegida por unidades de conservação. No entanto, áreas como a encontrada no município de Gravatá – PE se destacam como locais de alto endemismo filogenético, mais que ainda não se encontram protegidas formalmente, levantando questões sobre a necessidade de mais ações de conservação.

Essas descobertas são não apenas parte essencial da tese de doutorado de Anderson, mas também um passo importante para entender e proteger melhor nossos ecossistemas. Além disso, o estudo exemplifica como o apoio financeiro à pesquisa científica, como o fornecido pela Fapesq, é crucial para descobertas que podem ajudar a conservar a rica biodiversidade encontrada na Paraíba e estados vizinhos.

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