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Embrapa lança nova variedade de mandioca para a indústria

publicado: 13/07/2016 17h06, última modificação: 19/10/2018 09h49
Com maior produtividade e menor tempo de colheita, mandioca é aposta para os Estados do Mato Grosso do Sul e Paraná

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou no dia 2, uma nova variedade de mandioca conhecida como BRS CS 01, com plantio mais barato e maior produtividade. A variação da raiz será apresentada durante o 10º Encontro de Mandiocultores, tradicional evento que acontece em Nova Londrina (PR).

É nessa região que se concentram as indústrias responsáveis por 80% da produção brasileira de fécula de mandioca. No entanto, a produção de raízes baseia-se em poucas espécies, plantadas em grandes áreas, o que aumenta o risco de disseminação de pragas e doenças e reduz o lucro dos agricultores.

Produtividade maior

Nas avaliações, a BRS CS 01 permitiu conduzir a lavoura com menos capinas, o que implica redução de custos. Além disso, no primeiro ciclo (colheita aos dez meses), a produtividade de raízes foi pelo menos 31% maior que a das variedades atualmente plantadas; e no segundo ciclo (colheita aos 18 meses), o aumento registrado girou em torno de 93%.

A capacidade de ser colhida mais cedo com maior produtividade é uma das características mais destacadas pelos parceiros. "Aqui na região são quatro variedades só que temos. E são de dois ciclos, com colheita a partir de 18 meses. E queríamos uma opção para colher com 12 meses, se não a gente fica muito tempo parado”, afirma Vitorio Fadel Neto, consultor da Tereos – Syral, em Palmital (SP). Segundo ele, o custo para o agricultor é alto com uma variedade que demore mais para ser colhida.

De acordo com a pesquisa, a raíz apresenta bom porte, característica importante para o plantio mecanizado. Contudo, em relação às principais doenças (superalongamento, bacteriose e antracnose), a reação da BRS CS 01 foi similar a das variações comuns.

Amido

Em relação à produtividade de matéria seca, cujo principal componente é o amido, a apresentada pela BRS CS 01 foi quase 50% maior no primeiro ciclo em relação às variedades mais plantadas atualmente e, no segundo, chegou a valores maiores que 100%. Isso proporciona retorno mais rápido do investimento feito na implantação da lavoura e ganhos de valor junto à indústria.

Adaptação ao plantio direto

Outra característica considerada importante é a adaptação ao plantio direto, uma necessidade da região, que sofre com a erosão. Nesse sistema conservacionista, mantêm-se palha e restos vegetais de outras culturas na superfície, garantindo cobertura e proteção do solo, e o plantio é realizado no solo não revolvido.

O coordenador do Centro Tecnológico da Mandioca (Cetem), em Paranavaí, Claodemir Grolli, avalia que a falta de adaptação das variedades atuais ao plantio direto é das principais dificuldades para a indústria.

Multiplicação

Cinco grandes parceiros da Embrapa nas pesquisas realizadas na região se mostraram interessados em atuar como multiplicadores da variedade e estão sendo cadastrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem). São eles: Copagra (Nova Londrina, PR), Atimop (Marechal Cândido Rondon, PR), Tereos – Syral (Palmital, SP), Podium Alimentos (Tamboara, PR) e Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense – Copasul (Naviraí, MS).

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento