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Dez estudantes vão representar o Brasil em competições internacionais de astronomia

publicado: 04/09/2017 16h46, última modificação: 19/10/2018 09h53

 

Dez estudantes que se destacaram na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) em 2016 vão representar o país em competições internacionais. Os alunos, todos do ensino médio, serão divididos em dois grupos. Um deles vai participar da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica (OLAA), no Chile, em outubro, enquanto o outro vai à Tailândia, em novembro, para disputar a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA), na Tailândia.

Representam o Brasil na 11ª IOAA, Bruno Gorresen Mello (PA), João Vitor Guerreiro Dias (SP), Nathan Luiz Bezerra Martins (CE), Pedro Pompeu de Sousa Brasil Carneiro (CE), Vinicius Azevedo dos Santos (CE). Já a equipe na 9ª OLAA conta com Bruno Caixeta Piazza, Danilo Bissoli Apendino, Fernando Ribeiro de Senna, Henrique Barbosa de Oliveira e Miriam Harumi Koga, todos do estado de São Paulo.

Pedro Pompeu de Sousa Brasil Carneiro, 17 anos, é de Fortaleza (CE). Ele conta que o interesse pela astronomia começou aos 11 anos, quando um professor criou um clube sobre esse tema na escola em que estudava. O interesse na disciplina é tanto que o ele já escolheu a carreira que deseja seguir: ser engenheiro espacial. Além disso, há o orgulho em representar o Brasil em uma competição internacional.

“Poder representar o Brasil em uma competição internacional é a realização de um sonho. Ter sido chamado junto com mais dois cearenses foi motivo de muito orgulho. Nunca participei de nada desse nível, somente de competições regionais e nacionais de química, física, matemática e história. Ainda mal consigo acreditar que estou com essa grande responsabilidade”, diz o estudante, que irá participar da IOAA.

Miriam Harumi Koga, 17, vive em Guarulhos (SP) e já ganhou 42 medalhas em olimpíadas nacionais, estaduais e regionais de diversas disciplinas, mas a OLAA é a sua primeira experiência internacional. Única menina do grupo que vai ao Chile, ela considera que é necessário incentivar cada vez mais garotas a participarem de competições desse tipo.

“Existe uma participação notavelmente menor de garotas em olimpíadas de exatas comparada a de garotos, e a desigualdade vai se intensificando conforme a idade dos alunos cresce. Provavelmente, este cenário está ligado a um menor incentivo que as garotas recebem da sociedade como um todo para se aprofundar nas exatas. Trata-se de uma consequência do fato de crianças de gêneros diferentes receberem tratamentos diferentes, e não de um menor interesse inato por parte das mulheres como muitas vezes se pensa”, afirma.

O estudo da astronomia, para a jovem, é fundamental para o avanço da sociedade e o desenvolvimento de novas tecnologias. Miriam aspira uma carreira na área de engenharia de materiais.

O paraense Bruno Gorresen Melllo, 17, é de Belém e ficou muito feliz por ter sido escolhido para a equipe que vai para a Tailândia, ainda mais por, nas palavras dele, “ter superado outros bons competidores”. O jovem sempre gostou de física e matemática e no 2º ano do ensino médio conheceu a OBA e se interessou muito por astronomia e astrofísica, matérias que influenciaram seus objetivos para o futuro.

“Pretendo prestar o vestibular para o Instituto Tecnológico de Aeronáutica [ITA], na área de aeronáutica ou engenharia aeroespacial. A participação na olimpíada me ajudou a descobrir sobre essas áreas, nas quais me interessei bastante, então acredito que houve uma influência da OBA na minha decisão”, relata.

Seleção

O processo de seleção para as competições internacionais começou com três mil alunos, que passaram por provas online desenvolvidas pelo Observatório Nacional (ON) e pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) depois da 19ª edição da OBA, em 2016. Na fase seguinte, cem jovens participaram de uma seletiva presencial, em Barra do Piraí, interior do Rio de Janeiro.

As provas envolveram conhecimentos teóricos de astronomia e astrofísica, manuseio de telescópios e reconhecimento do céu. Agora, os dez estudantes escolhidos vão passar por um período de preparação com especialistas em grupos de estudo, oficinas, observação do céu noturno com instrumentos e a olho nu, para se prepararem para a IOAA e a OLAA.

MCTIC