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diz novo presidente do CNPq Evaldo Ferreira Vilela

Coronavírus mostrou que Brasil precisa investir em ciência

publicado: 29/04/2020 17h37, última modificação: 29/04/2020 17h38
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Larissa Linder (Folha de São Paulo)

Crítico da postura do governo Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à pesquisa e aos cortes de verba para o setor, o recém-empossado presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Evaldo Ferreira Vilela, garante que assume o cargo para defender a ciência e que não haverá corte de bolsas neste ano. Não será tarefa fácil. Em agosto do ano passado, o Conselho chegou a suspender 4.500 bolsas de pesquisa por falta de dinheiro.

O Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, disse, à época, ter “implorado” ao Ministério da Economia um crédito suplementar de 330 milhões de reais. Em outubro, acabaram sendo liberados 250 milhões, após pressão da comunidade científica. Entre 2011 e 2014, a verba destinada a bolsas via CNPq cresceu, impulsionada pelo programa Ciência sem Fronteiras, que tinha a meta de distribuir 100 mil bolsas até 2015.

O início da queda coincide com o fim do programa. O valor total, que atingiu um pico de 2,542 bilhões de reais em 2014, caiu gradativamente até chegar a 1,112 bilhão no ano passado.

Mas, independentemente do Ciência Sem Fronteiras, a queda é expressiva. O valor de 2010 —quando ainda não havia o programa—, atualizado pela IPCA, é de 1,683 bilhão de reais, ainda superior em mais meio milhão ao que foi concedido no ano passado. Em 2020, há 1 bilhão de reais orçado para cerca de 79 mil bolsistas.

Vilela assume no lugar de João Luiz Filgueiras de Azevedo, exonerado no dia 17 de abril, que estava à frente do órgão desde fevereiro de 2019. Antes, acumulava as funções de presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da presidência do Conselho Nacional de Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap). Também foi reitor da Universidade Federal de Viçosa, entre 2000 e 2004, e é egresso da área de agronomia.

Em entrevista à DW Brasil, ele comenta os desafios da pasta e acredita que, com a pandemia de Covid-19, ficou evidente que é necessário que o país invista em pesquisa científica.

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