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CNPq e Fapesq-PB se uniram em eventos comemorativos dos 30 anos Fapesq e 25 anos do Peld
José Geraldo Baracuhy, primeiro presidente da Fapesq-PB, cumprimenta o atual presidente, Roberto Germano, no aniversário de 30 anos da fundação/ foto: Renato Félix
Pesquisadores de vários estados brasileiros da área de ecologia estiveram na Paraíba esta semana para a 12ª Reunião de Acompanhamento e Avaliação do Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (Peld). O programa do CNPq financia pesquisas sobre meio-ambiente e o evento, que pela primeira vez foi realizado fora de Brasília, também celebrou seus 25 anos, além dos 30 anos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB).
A fundação, inclusive, foi a responsável por abrir e fechar o evento. Na abertura, segunda-feira em João Pessoa, foram anunciados novos editais da Fapesq-PB que somam mais de R$ 31 milhões de reais de investimentos. No encerramento, quarta, uma cerimônia em Campina Grande celebrou as três décadas do órgão, exatamente no dia do aniversário.
Até quarta-feira pela manhã, o evento foi realizado no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. Além de pesquisadores, também presidentes de fundações de amparo à pesquisa de outros estados estiveram presentes, assim como Evaldo Vilela, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na quarta à tarde, o aniversário da Fapesq levou os pesquisadores a Campina Grande.
Aí, o evento teve lugar na Biblioteca Central da Universidade Estadual da Paraíba. Em um auditório lotado, ex-presidentes da fundação foram homenageados com uma exposição de fotos e com a entrega de placas a eles ou a seus parentes presentes.
José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy foi o primeiro presidente da Fapesq-PB, de 08 de outubro de 1992 a 25 de abril de 1995, e esteve presente. “As universidades, hoje, representam uma massa crítica de inteligência muito grande, praticamente imensurável. Para obter o que nós temos hoje, acho que a sociedade levaria 50 anos para formar. Então o papel da Fapesq foi muito em aproveitar esse potencial existente e ligar um pouco às demandas reais da sociedade”, analisa. “É hábito da universidade fazer ciência, mas também ela faz ciência muito mais na ótica da oferta. A Fapesq teve a responsabilidade de também contribuir com as universidades sob a ótica das demandas sociais”.
Maria José Lima da Silva, presidente entre 2007 e 2009, acredita que este é o melhor momento da Fapesq-PB. “Eu estive na Fapesq-PB há 15 anos e participei das primeiras reuniões quando íamos criar uma fundação no estado da Paraíba. E hoje acho que realmente temos uma fundação”, afirmou. “Que o Estado vem vendo a ciência, a tecnologia e a inovação como uma forma de desenvolvimento. E vem aproveitando esse enorme potencial de recursos humanos. Nos emociona saber a que ponto nós chegamos”.
Após o encerramento da cerimônia e um jantar, os pesquisadores do Peld ainda foram ao Parque do Povo, conhecer o Maior São João do Mundo. Os pesquisadores puderam mais uma vez mostrar que também há espaço para a descontração no universo da pesquisa brasileira.
Anúncio de novos editais abriram evento
Totalizando R$ 31.058.000, os editais devem ser publicados nos próximos dias e contemplam os seguintes temas: concessão de 130 bolsas de doutorado e 150 bolsas de mestrado; bolsas de pós-doutorado; núcleos de excelência na Paraíba; núcleos emergentes; educação tutorial à inovação; startups sobre tecnologias educacionais e turismo sustentável; participação de pesquisadores em eventos internacionais de alto impacto; cientistas refugiados.
Roberto Germano, atual presidente da Fapesq-PB, salientou o salto nos investimentos, que poucos anos atrás somavam R$ 7 milhões anuais e agora atinge os R$ 100 milhões. A publicação dos editais com todos os detalhes será no site da Fapesq-PB.
“A fundação está num momento muito bom, em que está se investindo”, disse Evaldo Vilela, presidente do CNPq, no primeiro dia. “Mostra para a gente, que não é daqui e que está vindo aqui visitar, que a Paraíba está preocupada também em prestigiar talentos e criar uma base de aplicação da ciência para gerar negócios, qualidade de vida e prosperidade para valer. Porque a ciência tem tudo a ver com o desenvolvimento – é só fazer esse link. E para isso precisa de dinheiro e precisa de uma fundação de amparo à pesquisa”.
Sobre os Pelds, ele considerou que “a gente não tem conhecimento dos nossos biomas que nos permita fazer produção e preservar, ou minimizar os efeitos da produção nos nossos biomas. Os Pelds fazem isso”.
Parque Tecnológico e ciência com sorvete
Na tarde da segunda, Evaldo Vilela, presidente do CNPq, Fábio Guedes, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), e Rubens Freire, secretário executivo de Ciência e Tecnologia da Paraíba, visitaram as obras das futuras instalações do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, que ocuparão o antigo Colégio Nossa Senhora das Neves, no centro histórico de João Pessoa, atualmente está em reforma.
Os gestores andaram pelas salas que para receber órgãos públicos e startups que desenvolverão projetos de ciência, tecnologia e inovação, e que buscarão também centralizar uma revitalização da área.
Na terça pela manhã, houve o encontro de estudantes da rede pública com cientistas para um bate-papo na UFPB. Alunos do Centro Estadual Experimental de Ensino e Aprendizagem Sesquicentenário puderam ter uma conversa cara a cara com cientistas, saber mais de suas vidas e trabalhos. Foi uma ação da assessoria de comunicação do Peld, a PeldCom.
”Há uma pesquisa nacional que diz que, apesar do interesse que o jovem brasileiro tem em ciência, ele não lembra nem nunca viu de perto um cientista brasileiro”, disse Alessandra Brandão, coordenadora da PELDCom, responsável (a partir da Paraíba) pela comunicação dos 45 projetos do PELD no Brasil e que organizou o encontro. “Isso aqui é uma atividade de enfrentamento a esses dados”.
O bate-papo cara a cara foi realizado também no CCSA, mas num ambiente descontraído, com direito até a sorvete sendo servido nas mesas. “Os pesquisadores trouxeram material de divulgação, fotografias, e bate um papo descontraído, numa linguagem simplificada, que possa aproximar esse estudante”.
Texto: Renato Félix