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CAPES e Vale premiam pesquisadores brasileiros com R$ 140 mil

publicado: 14/12/2017 15h53, última modificação: 19/10/2018 09h54

 

Os pesquisadores Jorge Rubio Rojas e Lucas William Mendes foram agraciados com o Prêmio Vale-CAPES de Tecnologia e Inovação 2017, nesta quarta-feira, 13, em cerimônia na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em Brasília.

Jorge Rubio, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi o selecionado na categoria Pesquisador Emérito e Lucas Mendes, da Universidade de São Paulo (USP), na categoria Jovem Pesquisador. Na edição 2017, o prêmio destacou pesquisadores cujos trabalhos tenham aplicação efetiva na resolução de problemas reais relativos as áreas de Ecologia e Conservação da Natureza.

O presidente da CAPES, Abílio Baeta Neves, ressaltou a importância de parcerias de trabalho como o Prêmio Vale-CAPES. “Essa cooperação já tem uma história bastante importante no sentido de associar as preocupações de uma grande empresa como a Vale às ações de uma das principais agências de formação de recursos humanos brasileira, a CAPES”. Para Baeta Neves, o novo formato do prêmio, no qual são analisadas a trajetória e as realizações dos candidatos sinaliza um redirecionamento do programa. “Não estamos mais, exclusivamente, analisando teses ou trabalhos de dissertação, mas sim uma gama de produtos e realizações que podem contribuir com as áreas de ecologia e conservação da natureza. É gratificante ver que temos um número crescente de candidaturas com alta qualificação”, completou.

Para o diretor do Instituto de Tecnologia Vale, Sandoval Carneiro, o Prêmio incentiva os jovens pesquisadores e reconhece as contribuições dos experientes (Foto: Edson Morais - CCS/CAPES)
Para o diretor Executivo do Instituto de Tecnologia Vale, Sandoval Carneiro Junior, o Prêmio incentiva os jovens pesquisadores e reconhece as contribuições dos que há tempos atuam na ciência e tecnologia. “Fico feliz em saber que esse tipo de iniciativa promove o espírito empreendedor e busca contemplar a inovação. Todos sabem que estamos bem nos indicadores científicos, mas não tão bem na inovação. E a ideia desse formato é incentivar o espírito de transferência de resultados para a sociedade, pois se as teses e dissertações ficam nas prateleiras, elas não trazem benefícios para a sociedade”, disse.

Compartilhando do mesmo pensamento, o Secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), Álvaro Prata, apontou a importância do Prêmio com uma ponte entre a ciência e a sociedade. “Uma das grandes missões do nosso ministério é fazer com que a boa ciência se aproxime da sociedade de uma maneira mais ampliada, abarcando a indústria e o desenvolvimento econômico e social. E hoje, podemos afirmar que a CAPES tem contribuído para que os nossos cientistas, nossa academia e nossos programas de pós-graduação enxerguem o desenvolvimento tecnológico e a inovação como um dos pilares sobre os quais construiremos nosso progresso”, afirmou.

Também estiveram presentes o diretor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges e Presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Gilberto Gonçalves Garcia, entre outras autoridades.

Ganhador da categoria Professor Emérito, Jorge Rubio, o prêmio é resultado de grande dedicação. “Esse é um reconhecimento de um longo trabalho e que privilegiou a qualidade em detrimento da quantidade. Estamos todos muito contentes e com a expectativa que a ciência seja reconhecida como prioridade nos investimentos do país”, disse.

Para Lucas William, vencedor da categoria jovem pesquisador, o prêmio é um estímulo ao prosseguimento na carreira. “Fico feliz com o reconhecimento e essa premiação acaba sendo um estímulo para que eu continue, confiante de que estou no caminho certo”, afirmou.

Premiação
Na categoria Emérito, o vencedor recebe da VALE um auxílio de R$ 100 mil. A CAPES também vai conceder ao premiado uma bolsa equivalente à de Pesquisador Visitante do Exterior ou à de Estágio Sênior no exterior. Para o Jovem Pesquisador, é concedido auxílio de R$ 40 mil pela VALE, além de uma bolsa análoga à de Pesquisador Visitante do Exterior, paga pela CAPES.

Jorge Rubio fundou e coordena há mais de 38 anos o Laboratório de Tecnologia Mineral e Ambiental – LTM/UFRGS, com atuação no Departamento de Engenharia de Minas no Programa de Pós-graduação em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de Materiais (PPGE3M/UFRGS-conceito 7 na CAPES).

Ao longo de sua carreira acadêmica orientou mais de 70 alunos de Pós-Graduação (Especialização, Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado); publicou mais de 250 artigos científicos; dois livros e 15 capítulos de livros, 5 patentes, 4 técnicas e 4 processos, na área da conservação da natureza, via tratamento de águas poluídas e efluentes industriais (áreas urbanas, mineração, química e petroquímica).

A pesquisa no tratamento e reuso de águas de lavagem de veículos, por flotação com micro e nanobolhas, resultou em impactos ecológicos importantes e o reconhecimento internacional pela United States Environmental Protection Agency (EPA).

Seus trabalhos fomentaram o empreendedorismo inovador no país, por meio da atuação de duas empresas “spin-off” do LTM, formadas por ex-alunos de Pós-graduação que atuam em atividades de conservação da natureza, com significativos benefícios para o meio ambiente.

Lucas William Mendes – Jovem Pesquisador

Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), em 2006;
Mestre (2009) e Doutor em Ciências (2014) em Biologia na Agricultura e no Ambiente, pelo Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (CENA-USP);
O doutorado incluiu um estágio de pesquisa no Netherlands Institute of Ecology (NIOO/KNAW), Holanda;
Atualmente realiza estágio de Pós-doutorado no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP) e no Netherlands Institute of Ecology (NIOO/KNAW) na Holanda;
Publicou 21 trabalhos completos em periódicos (Web of Sciences), que receberam 264 citações e 6 capítulos de livros;
Tem experiência na área de ecologia microbiana, ecologia de micro-organismos, biologia molecular e bioinformática.
Entre os principais projetos de pesquisa que desenvolve, destacam-se:

2014 – Atual: Microbioma da rizosfera de feijão resistente ao patógeno de solo Fusarium oxysporum. (O microbioma da rizosfera desempenha um papel fundamental no funcionamento de plantas)
2013 – Atual: Back to the Roots: assessing and accessing microbial diversity in the origin of plant species - Phaseolus vulgaris as the model plant
2012 – 2016: Ecossistemas de Cerrado sob diferentes sistemas de manejo agrícola indígena, de subsistência e agricultura de subirrigação: consequências para a diversidade de grupos biológicos indicadores da ciclagem de carbono em água e solo.

(Gisele Novais - Brasília – CCS/CAPES)