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Caneta de detecção de câncer pode ser adaptada para corona

publicado: 07/08/2020 11h54, última modificação: 07/08/2020 11h55
Objetivo é agilizar o processo de testagem durante a pandemia
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Ofertar um teste rápido, eficiente e com baixa margem de erro de detecção do vírus corona é o objetivo do estudo ‘Validação multicêntrica de biomarcadores diagnósticos e prognósticos de COVID-19 utilizando a nova caneta analítica MasSpec Pen e espectrometria de massas’. Desenvolvido pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, em conjunto com as Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista, e do Texas, nos Estados Unidos, o projeto é um dos presentes no resultado final do Programa de Combate a Epidemias  da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O trabalho pretende adaptar para o procedimento de detecção do vírus uma caneta que identifica tumores de forma imediata durante cirurgias de câncer, sem precisar de biópsia. A cientista responsável pela invenção do equipamento, Lívia Eberlin, é professora da Universidade do Texas e uma das pesquisadoras do projeto. Nos EUA, ela testa a eficiência da caneta.

As amostras usadas na pesquisa são coletadas em dois hospitais de Bragança Paulista e enviadas para os EUA. “Em cirurgias de câncer, a caneta solta uma gota d’água ao entrar em contato com a superfície e identifica no espectrômetro de massas (material conectado à caneta que mostra as imagens) se o tecido está infectado, com uma luz vermelha, ou saudável, luz verde. O processo será o mesmo para o coronavírus”, explica Marcos Eberlin, coordenador do projeto e professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Nanomateriais e Química Aplicada na Mackenzie.

Ex-aluna de Marcos, Andréia Porcari, professora da USF, lidera o trabalho de coleta no interior paulista. Para ela, o apoio da CAPES será “fundamental ao trazer 14 bolsistas para o projeto”. Um deles é o químico Alexandre Varão. Em seu mestrado, na Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), o estudante desenvolveu um método analítico para quantificar tálio, material tóxico e abundante em Barreiras (BA) — cidade na qual estudava — no organismo. “Apesar de ser em Ciências da Saúde, o objetivo final do estudo tem tudo a ver com minha formação, é um método analítico para identificar a COVID-19. E a bolsa é o que vai me permitir focar nisso”, conta.

Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de recursos humanos de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O Programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.

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Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. Os projetos vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.

Confira no  Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:

CAPES - Epidemias - Edital nº 09/2020
CAPES – Fármacos e Imunologia - Edital nº 11/2020
CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos - Edital nº 12/2020

Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020

(Brasília – Redação CCS/CAPES)