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ARTIGO CIENTÍFICO - DA CIÊNCIA PARA VOCÊ

Cafeína na TPM: uma contribuição científica sobre os impactos na cognição

publicado: 25/11/2024 12h52, última modificação: 25/11/2024 12h53
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Autora: Renata Lira de Assis (Doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia - Renorbio/UFPB)

Co-autora: Darlene Camati Persuhn (Profª da UFPB/, credenciada nos programas PROFBIO e PPGCN)

 

Estudo desenvolvido na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) avaliou o efeito da cafeína nos parâmetros cognitivos de mulheres em idade fértil com tensão pré-menstrual (TPM) consumidoras crônicas de café após abstinência de cafeína e a influência dos genótipos CYP1A2 nos seus resultados cognitivos. Tratou-se de um estudo crossover com 26 mulheres agrupadas conforme o genótipo CYP1A2 (17 AA e 9 AC/CC) que influencia na velocidade de metabolismo de cafeína. A avaliação cognitiva foi efetuada antes e após a administração de cafeína ou de placebo. Um aumento significativo da atenção foi demonstrado tanto após a administração de placebo como de cafeína, no entanto, não foi observada diferença estatística entre os grupos da cafeína e do placebo. A memória de trabalho melhorou em todas as participantes e no grupo AC/CC após a ingestão de placebo; o mesmo não se verificou após a ingestão de cafeína. Diante disso, observou-se que a ingestão aguda de cafeína não promoveu efeito na atenção ou na memória de trabalho após abstinência de cafeína em mulheres com TPM, independentemente da variante gênica do CYP1A2.

Estes dados são importantes porque a cafeína é largamente utilizada mundialmente não só pelo consumo do café, mas também através do uso de bebidas estimulantes cafeinadas. O composto é reconhecidamente um psicoestimulante que tem apresentado efeito de melhora em parâmetros cognitivos. Entretanto, o consumo da cafeína parece predispor e piorar os sintomas da TPM, embora não exista consenso absoluto na literatura quanto a esse aspecto. A TPM por sua vez, está associada a declínio cognitivo repercutindo na memória de trabalho e na atenção. Não haviam dados avaliando o efeito da intervenção com cafeína em mulheres com TPM que faziam uso crônico de café.

Essa pesquisa, desenvolvida na UFPB Campus I, envolveu a participação de quatro áreas diferentes do conhecimento, auxiliando na obtenção de dados robustos sob diferentes olhares científicos. As análises moleculares foram conduzidas no Laboratório de Estudos Moleculares Aplicados à Clínica no CCEN/UFPB pela autora Renata Lira de Assis sob coordenação da Profa. Dra Darlene Camati Persuhn e participação de Caroline Severo de Assis, Bruno Rafael Virginio de Sousa e Tainá Gomes Diniz.

A análise da concentração da cafeína foi conduzida no Laboratório de Biotecnologia Celular e Molecular e Laboratório Multiusuário de Caracterização e Análises com participação de Marcelo Felipe Rodrigues da Silva, Yuri Mangueira Nascimento, Evandro Ferreira da Silva e Prof. Dr Josean Fechine Tavares. Os dados cognitivos foram coletados pelo Mestrando Matheus Lima de Paiva sob orientação da Profa. Dra Carla Moita do Pós-Graduação em Neurociência Cognitiva e Comportamento (PPgNec). Nas análises estatísticas contamos com a colaboração dos professores Vinícius José Baccin Martins e Enéas Ricardo de Morais Gomes.

Currículo Resumido de Renata Lira de Assis

Doutorado em andamento pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia - RENORBIO pela Universidade Federal da Paraíba. Mestrado pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal da Paraíba em que realizou estudos no Laboratório de Estudos Moleculares Aplicados à Clínica (LEMAC) (2023). Graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal da Paraíba (2019), onde foi bolsista de iniciação científica no Laboratório de Biotecnologia Celular e Molecular (LBCM). Curso técnico em Equipamentos Biomédicos Subsequente pelo Instituto Federal da Paraíba (2023). Atua principalmente nos seguintes temas: Biologia molecular, genética, biotecnologia, fisiologia cardiovascular e ciências da nutrição. 

Currículo Resumido de Darlene Camati Persuhn

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Paraná (1995) e doutorado em Ciências (Bioquímica) pela Universidade Federal do Paraná (2001). Atualmente é docente da Universidade Federal da Paraíba, credenciada nos programas PROFBIO e PPGCN. Tem experiência na área de Genética Molecular, estudando polimorfismos humanos em condições clínicas multifatoriais e nutrigenética. Colaboração e trabalhos em desenvolvimento na área de metabolômica. Tem interesse no Ensino por Investigação e textos e estratégias de Divulgação Científica.