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Brasil e Suíça firmam plano de ação para fortalecer cooperação científica até 2020

publicado: 27/04/2018 10h32, última modificação: 19/10/2018 09h55

 

Brasil e Suíça deram um importante passo para renovar e fortalecer a cooperação bilateral entre cientistas, instituições de pesquisa e empresas inovadoras. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e o chefe de Relações Internacionais da Secretaria de Estado para Educação, Pesquisa e Inovação da Suíça, Mauro Moruzzi, assinaram nesta quinta-feira (26) um plano de ação até 2020 com três compromissos: o lançamento de uma chamada conjunta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com a Fundação Nacional de Ciência da Suíça (SNSF, na sigla em inglês); uma cooperação em pesquisa industrial entre a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e a agência de inovação Innosuisse; e a continuidade do apoio do MCTIC ao programa Academia-Industry Training, conduzido pela plataforma Swissnex Brazil.

“Vivemos a retomada do nosso crescimento econômico, um processo árduo empreendido pelo governo federal, pautado por restrições orçamentárias também impostas ao nosso ministério”, disse Kassab. “Mas mesmo com as limitações que enfrentamos, priorizamos a cooperação com a Suíça, porque buscamos a otimização dos recursos disponíveis, a racionalização das atividades do MCTIC e iniciativas que permitam que a pesquisa e a inovação brasileiras recebam novos aportes, de modo a promover a troca de conhecimento, a transferência tecnológica e o aumento da capacidade de inovar e empreender.”

A partir de agora, as atividades bilaterais têm como áreas prioritárias: energias renováveis, recursos hídricos relacionados ao meio ambiente, tecnologias convergentes e habilitadoras, tecnologias da informação e comunicação (TICs) e saúde humana, incluindo tecnologias médicas e biomédicas.

Resultados

Moruzzi lembrou que os dois países estabeleceram a cooperação científica e tecnológica em 2009, com a assinatura do acordo bilateral e do primeiro plano de ação, que priorizou energia, meio ambiente, neurociências e saúde. “Esses documentos ainda não completaram uma década, mas ajudaram a intensificar uma colaboração que se mostrou um sucesso”, comentou. “Nos próximos três anos, vemos perspectivas de realmente avançar nessas atividades bilaterais.”

As duas primeiras chamadas do CNPq, lançadas em 2009 e 2011 em parceria com a Escola Politécnica Federal de Lausanne, apoiaram 20 projetos conjuntos. Válido de 2014 a 2016, o segundo plano de ação viabilizou a participação de pesquisadores brasileiros no programa Academia-Industry Training, voltado ao empreendedorismo e à criação de startups nos dois países. Já em 2016, Kassab recebeu o presidente do Conselho Federal da Confederação Suíça, Johann Schneider-Ammann, para confirmar recursos em apoio a 12 projetos aprovados em edital da SNSF com a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Em novembro do ano passado, Moruzzi conduziu a terceira reunião do Comitê Conjunto Brasil-Suíça de Cooperação Científica e Tecnológica, em Berna. “Há cinco meses, lá mesmo, começamos a conceber o terceiro plano de ação bilateral, que assinamos hoje, em Brasília”, recordou o representante da Secretaria de Estado para Educação, Pesquisa e Inovação da Suíça.

Ele mencionou, ainda, a “presença expressiva” da delegação brasileira no último encontro na Europa, com representantes do MCTIC, do CNPq, da Embrapii, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, Alvaro Prata, destacou que a Suíça lidera há sete anos o Índice Nacional de Inovação, ranking mundial elaborado pela Universidade de Cornell, ao lado da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi) e da escola de negócios Insead. “A Suíça é uma referência do ponto de vista de inovação, um país que tem muito a oferecer ao Brasil e às nossas instituições”, apontou.

Segundo Prata, a Embrapii pode contribuir bastante com a cooperação, especialmente se aliada ao modelo suíço de usar a ciência em prol da inovação. “Num momento em que o Brasil reafirma a importância que dá à pesquisa, é importante que tenhamos referências que nos ajudem a construir o que acreditamos ser um pilar de conhecimento, capaz de gerar benefícios tecnológicos e atingir a nossa sociedade, econômica e socialmente.”

Na visão do embaixador da Suíça em Brasília, Andrea Semadeni, o plano de ação recém-assinado “promete muito, porque sua essência é inovadora”. Dentre as atividades previstas no documento, está a quarta reunião do Comitê Conjunto de Cooperação Científica e Tecnológica, em 2019, no Brasil.

Bicentenário

Para o ministro Gilberto Kassab, o aprofundamento da cooperação científica e tecnológica com o país europeu marca os 200 anos da imigração suíça no Brasil, a ser celebrado em maio de 2018, com o bicentenário de Nova Friburgo (RJ), município surgido de uma colônia de famílias oriundas do cantão de Friburgo. “O plano de ação veio em um momento muito apropriado”, afirmou.

MCTIC