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Abertura do Fórum do Confap em Belém destaca potencial de investimentos na Amazônia
Autoridades científicas e políticas de todo o Brasil estiveram reunidas na noite desta quarta-feira, dia 16 de agosto, em Belém (PA) na solenidade de abertura do 3° Fórum Nacional do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) de 2017. A solenidade marca as comemorações dos 10 anos da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e o posicionamento dos Estados brasileiros pelo compromisso do repasse regular de recursos, pela interrupção dos cortes nos investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação no País e pela retomada da visão da Ciência como plataforma para o desenvolvimento social e econômico do País.
Entre as autoridades presentes estavam o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica, Alex Fiúza de Mello, representando o governador do Pará, Simão Jatene; o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Jailson de Andrade; o desembargador José Maria do Rosário; o reitor da Universidade Federal do Pará e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Emmanuel Zagury Tourinho; a conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Lourdes Lime; o chefe de Ciência, Tecnologia e Inovação da Delegação da União Europeia no Brasil, Alejandro Zurita; o diretor de Cooperação Institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), José Ricardo de Santana; o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza; e a representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Edna Castro.
A cerimônia foi aberta pelo presidente da Fapespa, Eduardo Costa, e encerrada pela presidente do Confap, Maria Zaira Turchi. Também estavam presentes presidentes, diretores científicos e representantes das 26 Fundações que compõem o Conselho. A cerimônia reuniu ainda cientistas, pesquisadores, professores e membros da comunidade científica do Estado.
Ciência para sair da crise
O presidente da Fapespa, Eduardo Costa, em seu discurso de abertura, elencou as ações desenvolvidas pela Fundação ao longo de seus dez anos e destacou a necessidade da reunião dar suporte às discussões para melhoria do País por meio do investimento em CT&I. “O Brasil mais do que nunca precisa investir em Ciência, Tecnologia e Inovação. A União Europeia fez isso para sair da crise em 2008 e é o que precisamos fazer. Esse investimento em ciência e em pesquisa gera atividade econômica, gera renda”, destacou.
A presidente do Confap, Maria Zaira Turchi, ressaltou que o Brasil todo está reunido em Belém e vai debater grandes temas, neste Fórum, para o avanço da CT&I. “Junto às Fundações que compõem o Fórum, aqui conosco, estão as agências federais e os organismos internacionais, reforçando essa importância da ciência. Em momentos difíceis, precisamos nos manter unidos, em sinergia, para mostrar para os governos estaduais, para o governo federal e para a sociedade, a relevância da ciência para o desenvolvimento do País”, pontuou.
O secretário do MCTIC, Jailson Bittencourt de Andrade, acrescentou que a ciência requer planejamento e financiamento a longo prazo. “Essa construção precisa de um sistema educacional de excelência e orçamento garantido para execução. A grande discrepância entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento são os dispêndios em ciência, no investimento em ciência. A ciência não pode ser comprada, como uma tecnologia que você importa e paga caro por isso. A ciência precisa ser conquistada”, acrescentou.
Para o diretor do CNPq, José Ricardo de Santana, o Fórum do Confap deverá propor ações que resultem em políticas públicas e, até mesmo, ações empresariais para o fomento da ciência. Conforme acrescentou o diretor da Finep, Wanderley de Souza, durante o Fórum teremos a oportunidade de fazer um balanço do que já fizemos e discutir novas propostas para 2018.
Importância da Amazônia
O presidente da Fapespa, Eduardo Costa, aproveitou seu discurso e a realização do Fórum para destacar o caráter essencial do País enxergar o potencial de pesquisa e de desenvolvimento econômico e social que pode ser obtido pelo investimento em ciência na região Amazônica. “Precisamos superar essa questão de que a Amazônia é uma periferia do Brasil. A Fapespa, a ciência produzida aqui precisa ser apropriada pela sociedade e esse fomento é o caminho para uma sociedade com mais empregos e mais oportunidades”, apontou.
Essa ideia foi reforçada pelo reitor da UFPA e presidente da Andifes, Emmanuel Tourinho, que alertou para a falta de políticas públicas de incentivo à CT&I na Amazônia. “É preciso construir um sistema robusto de Ciência, Tecnologia e Inovação na região. Hoje as universidades brasileiras vivem em risco e o nosso desafio é mostrar a necessidade de recomposição do orçamento para defesa do ensino superior”, acrescentou.
O representante da União Europeia, Alejandro Zurita, colocou que o bloco pretende ouvir as FAPs para identificar as áreas prioritárias de investimento. “O Brasil é um país prioritário para a União Europeia, mas é muito heterogêneo. Por isso, precisamos identificar os interesses dos estados, como a questão da Amazônia”, sinalizou.
Finalizando a noite, o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica, Alex Fiúza de Mello, proferiu a palestra “A revolução pelo conhecimento e os desafios para o desenvolvimento da Amazônia”. Contribuindo para o debate, ele destacou o potencial a ser explorado pela abundância de recursos naturais e pelo investimento em conhecimento aplicado. “O que a Amazônia guarda, e é periferia para o País, é centro de interesse mundial. Isso é desafio de mentalidade para o Brasil, mas precisamos mudar”, finalizou.
Coordenadoria de Comunicação Social do Confap.