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2023: O Ano em que a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da Paraíba

publicado: 02/01/2024 11h49, última modificação: 05/01/2024 11h49

Criada em janeiro de 2023, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) foi instituída pela lei 12.615, de 25 de abril de 2023. A nova pasta é um marco importante para a Paraíba, pois representa um compromisso do governador João Azevedo com o desenvolvimento tecnológico e científico do estado. No primeiro ano da nova secretaria, já é possível observar resultados positivos das ações e atividades realizadas.

Com a criação da pasta, espera-se que a Paraíba possa se tornar um polo de inovação e tecnologia, atraindo investimentos e gerando empregos de alta qualidade. A Secties tem como secretário de Estado, Claudio Furtado, e é constituída por duas executivas: a Secretária Executiva de Inovação, com Elis Regina Barreiro, e o Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com Rubens Freire. Furtado fala em entrevista ao jornal A União sobre o estabelecimento da nova secretaria, e as perspectivas que envolvem ações sendo trabalhadas pela equipe sob seu comando.

Qual a importância de se investir em formação de recursos humanos qualificados? 

Nós temos um levantamento feito com UEPB que mostra que 20% dos professores das redes municipais ainda não têm formação licenciada. Então, construímos um programa de cursos para formação em Licenciaturas à Distância (EAD), estabelecendo 11 polos em diferentes municípios no interior do estado, conjuntamente com a participação da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba, a Fapesq. Lançamos 2 mil vagas dirigidas a professores de escolas municipais, estaduais, a funcionários da educação municipal e estadual. Portanto, alguns têm a oportunidade de tirar a segunda licenciatura nas áreas de História, Espanhol, que é uma carência que tem no estado, Língua Portuguesa, Sociologia, Pedagogia e Filosofia.

Como foi a adesão aos cursos?

Do total de 2 mil vagas, 1.600 professores estão efetivamente cursando. No ano que vem teremos um edital para essas vagas remanescentes e a inclusão de mais professores, e também novos cursos.

Dentro da formação de recursos humanos, há outro programa que incentiva a formação em tecnólogo?

Temos o projeto Limite do Visível, lançado pela Secties, com 180 vagas em dois cursos de Tecnólogos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e de Ciência de Dados, que é realizado também em parceria com a UEPB, e visa formar 2 mil tecnólogos até 2026 para atender demandas de empresas da Região Metropolitana de João Pessoa. É um curso de dedicação integral cujo aluno entra recebendo uma bolsa de R$ 1 mil. A ideia é que esse aluno ou essa aluna trabalhe com problemas reais que existem no dia a dia de empresas e paulatinamente vá migrando para atender demandas e trabalhar em busca de soluções reais.

O senhor fala em suprir a demanda na Região Metropolitana de João Pessoa, mas há projetos de formação acadêmica para o interior do Estado?

Sim, implantamos o curso Tecnólogo em Sistemas de Energias Renováveis em parceria com a UEPB. O curso funciona no Polo do Campus IV, na cidade Sousa e pretende tornar o Sertão uma referência na produção de mão de obra qualificada em fontes de energias renováveis: solar, eólica e fotovoltaica. E temos editais como o PIBIC, do programa de incentivo à iniciação à docência, também com a UEPB, que proporciona aos alunos da licenciatura estagiar dentro de escolas públicas. Com isso nós construímos um cerne de formação de Recursos Humanos qualificados na Paraíba.

Momentos atrativos de tecnologia nesse ano foram as Olimpíadas do Conhecimento na Paraíba: Robótica, Matemática. Como essas atividades proporcionam o crescimento dos estudantes?

Essas atividades são muito importantes para a formação do nosso estudante. É um estímulo aos que se dedicam. É o caso da Olimpíada Brasileira de Robótica, que realizamos no Espaço Cultural, e o apoio à Olimpíada Paraibana de Matemática, realizada em todo o estado, no final de novembro e início de dezembro.

E a SECTIES participou de outros eventos esse ano. Quais foram e quais os resultados?

O “Imagineland" em julho, no Centro de Convenções. Nós realizamos hackathons e garantimos a continuidade no desenvolvimento dos 10 melhores empreendimentos participantes. E como faremos isso? Eles serão mentorados e receberão incubação no nosso Parque Tecnológico (PTHI). Como parte integrante desse evento ocorreu o “Imagine the Future", com o tema do empreendedorismo; estivemos presentes como palestrantes e com exposição de empresas nascidas a partir de fomento do Governo do Estado. Seguindo nessa rota de eventos de popularização e divulgação, participamos ativamente da Expotec com a realização de Game Jam e exposição de empreendimentos de base tecnológica, apoiados pelo estado.

Houve também um game jam em território indígena? 

Olha, se estou correto, foi o primeiro no Brasil! O Game Jam é uma maratona para a criação de jogos. A Secties promoveu o Monhang Game Jam no II Acampamento Inclusivo na Aldeia do Tambá, em Baía da Traição. Tivemos mais de 50 pessoas inscritas e os 16 finalistas ganharão tablets como premiação. A Secties também participou da ExpoFavela Innovation, outra conquista que envolve a empresa Tambaba Doces, vencedora em concurso nacional! Fale sobre isso?

O governo do estado, por meio da Secties, deu apoio decisivo para que isso acontecesse. Aportamos recursos financeiros para melhorias nos negócios dos 10 empreendimentos melhor classificados na etapa da Paraíba que foram concorrer na nacional . A nossa grande satisfação é que dentre esses 10 empreendimentos, o Tambaba Doces, do Shopping Rural, ficou entre os 10 melhores empreendimentos de favela do Brasil.

Um ponto alto para a divulgação da ciência foi a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT)?

A SNTC é tradicional na Paraíba. Ocorre nacionalmente, com fomento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Nesse ano foi realizada no Espaço Cultural conjuntamente, com a Prefeitura de João Pessoa, em novembro, mais um evento popularização e divulgação científica que compõem essas ações.

De que forma o governo do Estado, por meio da Secties, apoia a pesquisa científica na Paraíba?

O apoio à pesquisa é essencial, pois sem pesquisa não se chega ao desenvolvimento tecnológico. Podemos salientar os editais lançados pela Fapesq, cerca de 40 milhões de reais foram lançados em editais para bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado.

E há bolsas para programas de pós-graduação profissionalizantes?

Isso é uma novidade no Brasil inteiro. A Paraíba é o primeiro estado a fazer esse aporte com bolsas para programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado profissionalizantes, perenizando ações que o governo vem fazendo em investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Fale sobre as novidades do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação?

Saliento com grande satisfação a criação oficial da Fundação Parque Tecnológico Horizontes de Inovação. O ambiente físico já vinha sendo criado; foi uma uma ideia do nosso governador de ter a sede no Centro Histórico de João Pessoa, de forma que pensa a Paraíba como uma área de inovação, ou seja um parque multipolo. E com a aprovação da Lei Complementar 188, que cria o Parque Horizontes de Inovação, no início do próximo ano lançaremos resultados, e com isso possamos criar ambientes para inovação no estado da Paraíba.

Quais as expectativas para o projeto do radiotelescópio Bingo?

O radiotelescópio Bingo hoje é um grande projeto de colaboração internacional no Brasil. Já foram aportados mais de 13 milhões e no começo do ano que vem estaremos aportando mais recursos para uma nova fase do Bingo. Ele será não só um grande projeto científico e tecnológico de ciência de ponta para discutir a formação do universo físico e a cosmologia de fronteira. Mas também estamos trabalhando em um projeto complementar que una o Bingo a um desenvolvimento local turístico, com implantação de uma Rota do Conhecimento no Sertão, que una um museu na região do radiotelescópio, próximo a Aguiar, o Vale dos Dinossauros, e um futuro museu Arqueológico da transposição na cidade de Cajazeiras, criando uma rota científica para o caminho do passado, que possa unir a de ciência, tecnologia e inovação com desenvolvimento local e com o turismo para trazer crescimento ao nosso sertão.

Quais os principais frutos com a China, a partir da viagem para este país que foi realizada neste ano?

Na ida à China em julho, nós assinamos um protocolo de intenções com Dahua Systems para implantação aqui do uso do Dahua Academy, da plataforma dela para produção de itens de segurança, de monitoramento; assinamos também com a empresa Huawei um tempo para a formação de cerca de 30 mil jovens na Huawei Academy e isso é um nicho, com uma cooperação para formação de recursos humanos, altamente qualificados. A certificação de jovens nessa área é muito importante e será de grande importância para os jovens aqui da Paraíba terem essas certificações para futuros empregos.

Na área de internacionalização, foi criado o Programa Paraíba sem Fronteiras, que traz uma novidade muito interessante. Nós incluímos a questão do empreendedorismo, da inovação quando será proporcionado o “land to land”, ou seja empresas daqui poderão passar um período em imersão em parques tecnológicos em várias localidades do mundo e, da mesma forma, atrair empresas para vir aqui e trazer expertises para transferir às empresas do nosso Parque Tecnológico.

O que podemos esperar em ações para o próximo ano?

Diversos programas estão sendo trabalhados na Secties e serão lançados em breve. Destaco o “Paraíba Sem Fronteiras" que cria um programa de intercâmbio científico e tecnológico para acadêmicos e também para casos de inovação. Vai permitir ao estudante de graduação passar um período em universidades estrangeiras; estudantes de mestrado por período de até três meses em universidades fora do Brasil; doutorado sanduíche com o tempo de até seis meses; intercâmbio de pós-doc; e atração de pesquisadores visitantes altamente qualificados, para passar períodos de três meses em universidades na Paraíba, para fortalecer programas de pós-graduação em diversas áreas, principalmente nas regiões do interior.

 Ascom Secties